Monday, December 29, 2008

O inefável José Manuel Fernandes

sempre sempre ao lado do poder, conseguiu atirar hoje o massacre palestiniano, esse crime contra a humanidade, para a página 12 do jornal que dirige.

No essencial parece partilhar as teses do governo israelita:

A invasão é por culpa do Hamas que tinha lançado rockets que não mataram nenhum israelita.
O massacre de inocentes é por culpa do Hamas que se esconde entre os civis. Só hoje, uma família perdeu 5 crianças que dormiam.
O destruir de instituições em Gaza, como a universidade, é por culpa do Hamas que se esconde dentro destes edifícios.
Enfim, é tudo por culpa do Hamas que se atreve a resistir.

Talvez ontem eu tenha sido um pouco injusto com Obama. Ele já tinha avisado há dias, através de um porta-voz, que não queria que nenhum governo da região lhe dificultasse o princípio do mandato. Referia-se certamente a Isarel, que agora não invadiu o Irão mas a faixa de Gaza, que julgou mais fácil.

Brevemente haverá quem faça frente ao criminoso expansionismo deste país!

Sunday, December 28, 2008

José Manuel Fernandes, sempre aliado ao poder

acusa, no Público de hoje, os palestinianos do Hamas pelo ataque israelita que lhes roubou 200 vidas.

Não me pronuncio sobre o lançamento de rockets contra Israel. Mas não mataram nenhum israelita. E em troca disso Israel mata-lhes agora 200 pessoas, destrói-lhes infra-estruturas, mata-os à fome e à misérias, atormenta-os.

Brack Obama aqui não tem estado de graça nenhum. Porque só conseguiu ser eleito, certamente, porque prometeu tudo o que o lobby judaico queria ouvir.

Gaza, por José Saramago

Esta entrada, escrita por José Saramago com toda a coragem, foi colocada em 22 de Dezembro de 2008 às 12:03 e foi retirada por mim de http://caderno.josesaramago.org/


A sigla ONU, toda a gente o sabe, significa Organização das Nações Unidas, isto é, à luz da realidade, nada ou muito pouco. Que o digam os palestinos de Gaza a quem se lhes estão esgotando os alimentos, ou que se esgotaram já, porque assim o impôs o bloqueio israelita, decidido, pelos vistos, a condenar à fome as 750 mil pessoas ali registadas como refugiados. Nem pão têm já, a farinha acabou, e o azeite, as lentilhas e o açúcar vão pelo mesmo caminho. Desde o dia 9 de Dezembro os camiões da agência das Nações Unidas, carregados de alimentos, aguardam que o exército israelita lhes permita a entrada na faixa de Gaza, uma autorização uma vez mais negada ou que será retardada até ao último desespero e à última exasperação dos palestinos famintos. Nações Unidas? Unidas? Contando com a cumplicidade ou a cobardia internacional, Israel ri-se de recomendações, decisões e protestos, faz o que entende, quando o entende e como o entende. Vai ao ponto de impedir a entrada de livros e instrumentos musicais como se se tratasse de produtos que iriam pôr em risco a segurança de Israel. Se o ridículo matasse não restaria de pé um único político ou um único soldado israelita, esses especialistas em crueldade, esses doutorados em desprezo que olham o mundo do alto da insolência que é a base da sua educação. Compreendemos melhor o deus bíblico quando conhecemos os seus seguidores. Jeová, ou Javé, ou como se lhe chame, é um deus rancoroso e feroz que os israelitas mantêm permanentemente actualizado.

Saturday, December 27, 2008

Bombardeio israelita de hoje deixa pelo menos 120 mortos e 250 feridos em Gaza

Israel (país que tem ocupado ilegalmente a Palestina, e que se comporta como um vulgar ocupador de terras) ataca os palestinianos da faixa de Gaza com uma violência desmedida e completamente desproporcionada aos Rockets lançados por militantes Palestinianos.
Bush e o governo israelita, que já impuseram 3 presidentes na região: Mahmud Abbas na Palestina, Karzai no Afegansitão e Nuri al Maliki no Iraque, recusam-se a falar com dirigentes eleitos da região.

Não concordo com o fundamentalismo mas este imperialismo perverso só serve para agravar as coisas.

Não me parece que o Hamas seja um partido fundamentalista. Não despreza as mulheres, como se faz no Irão, entre os talibans ou na Arábia Saudita, nem despreza as eleições, como se faz entre os talibans ou na Arábia Saudita.

Os palestinianos não são índios e o genocídio dos índios nos Estados Unidos não se repetirá.

Choca-me também que os combatentes da liberdade da Europa e dos Estados Unidos não apoiem mais esta luta pela independência e liberdade dos povos locais.

O plano Sócrates

O plano Sócrates só prevê intervenção em empresas e em assalariamentos já existentes. Não prevê a criação de pequenas e médias empresas e é isto que modifica um país. A criação de uma nova classe média, através da facilitação da abertura de pequenas e médias empresas e do micro-crédito, que criam uma classe média não de assalariados mas de empreendedores de base local (para estrangeiros com autorização de residência, para analfabetos, para agricultores, para aquele canalizador que perdeu o emprego, para o estudante e para o licenciado).
Não que eu esteja contra as grandes mas estas devem saber desembaraçar-se melhor. São necessárias muitas mais, pequenas e médias.

Uma entrevista de Eduardo Barroso ao Sol de hoje

Uma entrevista de Eduardo Barroso ao Sol de hoje chamou-me a atenção:
Eduardo Barroso declara-se favorável às reformas de Correia de Campos e de Maria de Lurdes Rodrigues, a ministra da educação.

Concordo em que, eventualmente, o Ministro Correia de Campos teria razão em propor o fecho de algumas maternidades e serviços de urgência. Não tive, no entanto, acesso a estudos que fundamentam essa decisão e que estivessem em consulta pública prévia, e deveriam ter estado.

A mesma coisa para a famosa avaliação de professores de Maria de Lurdes Rodrigues. Terá sido desajeitada e porventura agressiva. A máquina que pretende controlar será porventura grande demais, e funcional mal demais (veja-se entre outros o caso constante de professores agredidos por alunos e não defendidos pelas DREN).

O problema em Portugal é que ninguém consegue reformar a Função Pública nem pô-la a trabalhar melhor. Todas as tentativas têm sido derrotadas, quer pelos sindicatos quer pelos meios de informação.

As reformas que têm sido tentadas consomem demais as pessoas para os resultados conseguidos e por isso não me entusiasmam.

O primeiro objectivo de cada governo deve ser pôr a Função Pública a funcionar devidamente.

Para se conseguir reformá-la adequadamente, são necessárias auditorias constantes, contar com a opinião pública, entusiasmar as pessoas de formas que ainda desconheço e utilizar em seu proveito, para modificar para melhor o estado de iliteracia e de carência em cuidados de saúde das nossas populações.

Para já eu considero dar um cheque ensino a cada família com crianças em idade escolar, para ser gasto onde fosse melhor (ensino público ou privado) e, porventura um cheque saúde para ser gasto em idênticas condições. Reduziria assim o peso destas máquinas de Estado, gigantescas e sujeitas a lobbyes.

Monday, December 22, 2008

Prepara-se mais guerra


Quase consenso em Israel sobre reacção a Hamas

Público 22.12.2008

"O debate em Israel sobre a estratégia a seguir em relação ao Hamas, no poder na Faixa de Gaza, recebeu ontem os contributos dos dois principais candidatos à sucessão do primeiro-ministro, Ehud Olmert: a ministra dos Negócios, Tzipi Livni, e Benjamim Netanyahu, e o chefe do Likud, ambos por uma maior firmeza.


A chefe da diplomacia israelita e candidata do Kadima à chefia do governo disse que um executivo sob a sua responsabilidade "terá como objectivo derrubar o regime" de Gaza, disse. E isso através de meios económicos e diplomáticos, mas também "militares". O antigo primeiro-ministro, líder do Likud e principal rival de Livni na corrida foi no mesmo sentido, censurando o que classificou de "passividade" por parte do Governo de Ehud Olmert e propondo uma "política activa de ataque". A trégua de seis meses do Hamas terminou na sexta-feira."

Israel prepara a continuação do genocídio contra o povo da faixa de Gaza e contra os representantes eleitos da Palestina

O Hamas criou uma vasta rede de assistência social na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e, em 25 de Janeiro de 2006, venceu as eleições para o parlamento Palestino, derrotando o Fatah. Após a contagem final, em 28 de Janeiro de 2006, conquistou 74 das 132 cadeiras do parlamento, não precisando, portanto, formar coligações (Wikipedia).

Mas isto não interessa aos israelitas, ao Governos americano e da União Europeia: Ismail Haniya, o dirigente de Gaza, que não é nenhum terrorista, não é reconhecido como tal, mas antes como um inimigo a abater.

Gaza alberga uma população de 1.500.000 pessoas vivendo na miséria, que Israel não suporta nas suas fronteiras. Gaza necessita de apoio político e ajuda internacional.

Sunday, December 21, 2008

Costas voltadas para a Europa

Portugal é um país de costas voltadas para a Espanha e, através disso, de costas voltadas para a Europa.

É cheio de regionalismos, que exprimem séculos de viver sozinho. Os portugueses desconfiam dos espanhóis, dos catalães e, a partir daí a Europa torna-se uma miragem, só acessível para os mais interessados através de jornais, TV, ou de longas viagens.

Esta atitude vem de longe:
Ainda pescávamos bacalhau com barcos à vela e já toda a gente tinha aderido à pesca de arrasto
Salazar mandou os militares da Índia lutarem até ao último homem, numa atitude isolada e ultra-nacionalista.
Envolvemo-nos na guerra colonial mais espúria e sem futuro, em vez de negociar desde o início soluções políticas para África, como os povos europeus fizeram.
Como o povo português não tinha a mais pequena experiência política esteve quase a cair-se no comunismo a seguir ao 25 de Abril.
Depois do 25 de Abril demorámos demasiado tempo para regressar à normalidade democrática. Compare-se com Espanha.
Temos uma constituição cheia de boas intenções mas não acautelou um funcionamento dos nossos órgãos de soberania, que acaba por ter vícios iguais aos da 1ª República.

Piscamos o olho à corrupção (brandos costumes). O Casino Estoril (e o estilo de vida associado) é o maior da Europa e a nossa melhor sala de visitas.

Mas a solução não é ligar-se de qualquer maneira à Europa, mas sim crescer, aumentar o produto interno e diminuir o endividamento, tornar-se mais independente, aproveitar as ligações que tem com África e com o Brasil e ao mesmo tempo aproximar-se desta maneira nova.

Aproximar-se da Europa vai requerer originalidade e esforço.

Não basta sermos os bons alunos, ou o país que mais falhou. Gostava que apresentássemos originalidades e ao mesmo tempo nivelamento com os países deste Continente.

As iluminações de Natal

Só uma situação desesperada em termos financeiros pode justificar o recurso a tanta publicidade. Ainda assim teria valido a pena outra coisa que não prostituísse a imagem da cidade nem mostrasse escravidão às marcas
A HIPOCRISIA DE SÓCRATES

Público 21.12.2008, Pedro Garcias

"Sócrates diz ter "relação institucional absolutamente impecável" com Cavaco
O Primeiro-ministro negou braço-de-ferro com Presidente da República no dia em que inaugurou o novo Museu do Douro.
O primeiro-ministro, José Sócrates, desvalorizou ontem as consequências que a confirmação do Estatuto dos Açores pelo Parlamento possa ter no relacionamento com o Presidente da República, garantindo ter uma "relação institucional absolutamente impecável" com Cavaco Silva. Sócrates negou mesmo ter havido um "braço-de-ferro" entre o PS e o chefe de Estado, que antes vetara o estatuto."

Assim se vêem, sem precisar de ir à sua biografia, as qualidades morais de um político.

Wednesday, December 17, 2008

BPN

16-12-2008 23:50

Saldanha Sanches defende demissão de Constâncio

O fiscalista Saldanha Sanches pede a demissão do governador do Banco de Portugal a quem culpa pelos "escândalos" na banca portuguesa.
Em declarações à Lusa, o fiscalista acusou o regulador de "nunca" se ter considerado o "representante do Estado junto da banca", mas antes um "representante da banca junto do Estado"."A sua função é defender a banca, e às vezes defende-a tanto que temos escândalos como o BPN", criticou.No entender de Saldanha Sanches, no que diz respeito ao caso BPN, o Banco de Portugal "tem culpa imensa" porque "houve sinais de alarme lançados de forma persistente e drástica por três grandes empresas de auditoria e o Banco de Portugal não ouviu".Assim, Saldanha Sanches entende que não resta ao governador do Banco de Portugal outra alternativa que não seja a demissão, solução que entende ser "evidente"."Qualquer pessoa que pactua com casos como este não devia continuar em funções", defendeu.


CC/Lusa

Sunday, December 07, 2008

Economia e política em Portugal

Economia

A crise internacional é ao mesmo tempo ambiental e económica.
Como soluções, ao mesmo tempo que se ajudam as empresas e bancos deve-se impor-lhes políticas amigas do ambiente, porque nada deverá voltar a ser como dantes.
Às construtoras de automóveis, deve impor-se-lhes a construção de carros amigos do ambiente, o que significa para já, carros eléctricos com gasóleo ou gasolina subsidiários.
Por isso não acreditamos num novo plano Marshall, porque já não existe expansionismo como nessa época, mas sim retracção devido à quebra de produtos petrolíferos e ao aquecimento global. Mas torna-se necessária uma política de investimentos públicos, não no betão, mas na perspectiva de limpar, reconstruir e modernizar Portugal, na linha do post anterior (MEDIDAS POLÍTICAS PARA A EVOLUÇÃO DE PORTUGAL, NOS PRÓXIMOS 9 ANOS).

Barack Obama está a fazer aquilo que nós defendemos quando defende, para os Estados Unidos, qualquer coisa como a reparação da rede nacional de escolas desse país. Não inaugurações de vulto, mas reparações do que está velho e estragado.

Política portuguesa

A remodelação da economia portuguesa não deve transfomar-se no recrutamento de mais assalariados mas sim no fomento de novas micro, pequenas, médias e grandes empresas.
Não retirar nem acrescentar um único funcionário público. Esperar que se reformem e vão embora. Não preencher as vagas mas, tanto quanto possível, fazer outsorcing
Parece que o Governo Português só tarde e más horas dá informações sobre os bancos que subsidia, e não são visíveis as condições que lhes impõe.

Autoritarismo de Sócrates? Claro.
Depois de andar 3 anos a humilhar e a pedir sacrifícios a toda a gente, vem agora estender esse confronto ao Presidente da República e, ao mesmo tempo que reprime e humilha o povo, colaborar com os novos milionários António Vitorino, Jorge Coelho e tantos outros (negócio do terminal do Porto de Lisboa em Alcântara).

MEDIDAS POLÍTICAS PARA A EVOLUÇÃO DE PORTUGAL, NOS PRÓXIMOS 9 ANOS

ASPECTOS GERAIS: defendo a liberdade, a livre iniciativa e a propriedade privada e, só neste sentido, estou mais próximo da prática do PS e do PSD do que da ideologia socializante do PS. Por outro lado, a nível de defesa de direitos humanos e justiça social, defesa dos Palestinianos, sinto-me à esquerda do PS.
Sou humanista. Nunca poderia pertencer ao PCP ou ao BE, nomeadamente na sua justificação permanente das ditaduras mais desenfreadas e violentas.
Sou completamente contra a legalização das drogas. As ditas leves estão entre as piores.

A maioria dos países muda, e muda depressa.

ACÇÕES: temas de mobilização nacional.

1. Tornar Portugal um país onde seja bom viver
Em Portugal não se mexeu nas infra-estruturas sociais, nem no enraizamento sociocultural das pessoas. E vez disso escavaram-se as assimetrias, desertificou-se o interior, enriqueceram-se os mais ricos, construiu-se demais e a despropósito; por exemplo fez-se o Centro Cultural de Belém sem se ter feito obras no Conservatório Nacional, e o país abunda de obras do Cavaquismo e do Guterrismo, muitas delas sem qualquer utilidade aparente, outras já em adiantado estado de degradação, e agora perigosas. É por isso importante reverter este rumo, demolindo, reparando, remodelando, aqui e ali construindo, isto é, no fundo desfazendo o fosso, tanto económico como sociocultural, que nos separa dos países desenvolvidos.

Por isso defendo um programa diferente, difícil, ágil, original e inovador que, se for exequível, marcará a diferença em relação a muitos países da Europa.

Este programa, idealmente, deveria exigir um governo próprio, mas pode ser enxertado em qualquer governo, mais socializante, liberal ou conservador, como uma espécie de capital de risco, se tiver verbas atribuídas e houver, por parte do país, uma real vontade de o aproveitar.

Promover nacionalmente a actividade local, em duas vertentes:
Limpar o lixo e o que está a mais, destruição de mamarrachos e edifícios em ruínas …
e promover nacionalmente pequenas obras de reparação, recuperação de monumentos degradados, e desenvolvimento.

Promover nacionalmente acções locais de segurança: por exemplo tolerância zero a condução perigosa e a mortes na estrada (Construção urgente de mais sinalização e de bandas sonoras sugeridas localmente e supervisionada por técnicos a nível nacional. Eliminar zonas perigosas).

Construção, a nível nacional, de mais caminhos com muito mais segurança e conforto para pedestres (veja-se por exemplo a vergonha dos diversos caminhos para Fátima).

Promover a despoluição nacional e o recurso possível a energias alternativas
Recuperação e desenvolvimento de Etares e gestão correcta de resíduos.

Muitas destas obras serão encomendada e pagas por Câmaras Municipais, e Juntas de Freguesia: Haveria muita intervenção de voluntariado, comissões de moradores, Associações. Mas a distribuição de verbas para isso e a execução dos trabalhos, normalmente por concurso, far-se-ão por concurso, dirigido a privados e a instituições sem fins lucrativos, a eles completamente equiparadas.
Serão entregues a firmas e a particulares nas condições gerais de micro-crédito.
Mas não se trata de um capitalismo popular, embora se procure atribuir grande parte destas verbas a micro e pequenas empresas.
É antes uma acção de limpeza geral, com actos de civismo e de educação, generalizados a nível económico, muitos subsidiados por pequenos empréstimos, a actuar ao lado de sectores mais tradicionais de produção.

Não sendo contra as grandes empresas e as multinacionais dar-se-ia nestes primeiros anos uma especial atenção a promover a pequena e média iniciativa individual a nível local (que recria classe média).

É preciso promover a criação de micro empresas de produção de produtos regionais. Por exemplo choca ir a uma cidade de província ou aldeia e não haver nada de local para comprar. Só artigos de má qualidade, fabricados em locais distantes, feitos de plástico ou embalados em plástico.

Paralelamente haveria que facilitar ainda mais a criação e o registo de pequenas empresas. Por exemplo, em qualquer bairro degradado qualquer loja aberta terá de estar legalizada, ter os registos em dia e pagar impostos.

O dinheiro para estas acções seria retirado do Rendimento Social de Inserção, que substituiria em parte, do dinheiro de Baixas Médicas e de reformas, e de algumas poupanças ao nível de redução de funcionalismo público.
Seria também retirado a partir de uma fiscalização mais eficaz das actividades económicas, que colectasse oficinas ilegais, lojas ilegais que existem por todo o lado no país, em zonas degradadas e muito degradadas.

Tudo isto são actividades pagas, descentralizadas, que injectam mais dinheiro e poder de compra nas populações locais, e recriam a classe trabalhadora e média. São genuinamente nacionais e promovem a imagem do país, a sua auto-estima, o patriotismo e o turismo, beneficiário imediato destas melhorias, que é a principal indústria nacional. Esta operação de reparação não é, portanto, inocente, e não seria definitiva. Daria uma nova consciência cívica aos portugueses, contribuiria para a descentralização de decisões, a fixação de pessoas e de riqueza nas zonas de origem e para a formação de uma nova classe média.

A Europa é toda muito parecida. Aqui Portugal poderia começar a fazer a diferença e a fazer diminuir o tal fosso.

2. Boa educação e civismo
Coexistiria com uma operação de boa educação e de hospitalidade nas pessoas, à semelhança do que fez há pouco tempo em Barcelona: não cuspir, urinar nem atirar lixo para o chão, não estacionar na relva nem em cima de passeios, limpar, com o seu próprio saco, os dejectos que os seus cães fazem, atravessar as ruas nos locais próprios, não maltratar as crianças nem os animais. Integrar os Guetos.

Proibido cuspir, urinar e deixar lixo na rua e espaços públicos, fora de contentores adequados,

3. Novidades no desporto: ajudar os seniores a activar-se e desporto para todas as idades. Promover competições para todas as faixas etárias (olimpíadas para seniores). Concursos de longevidade e concursos de boa saúde. Isto promoverá imenso a pesquisa na área da saúde.

4. Reforçar e agilizar a justiça, pensar mais nas vítimas do que nos abusadores e exigir a reparação directa das vítimas.
Pôr os presos a pagar o encarceramento através dos seus bens, se os tiverem, e a ganhar para eles próprios, para as suas famílias, para quem ofenderam e para a comunidade que se defende deles, promovendo idealmente uma justiça penal a custo zero.
Terá de haver muito mais atenção também na repressão de comércios ilícitos, como a venda de armas ou de droga, muito mais intervenção na fiscalização da condução com álcool e na venda de álcool a menores, criando mecanismos de detecção mais eficazes, e endurecendo algumas penas. Por exemplo é necessário aumentar as penas máximas, restringir as reduções de pena e mesmo restabelecer a prisão perpétua. Não esquecer que a brandura dos nossos costumes redunda sempre em prejuízo das vítimas. Cuidado com a presunção da inocência e com in dubio pro réu.

Estudar a justiça em países com mais rapidez de processos e menos aprisionamento do que o nosso.

Aumentar a supervisão e a regulamentação das actividades económicas

5. Administração: responsabilizar cada dirigente.

Atribuir tarefas a pessoas em vez de ser a órgãos colegiais, um pouco como se faz na iniciativa privada com os CEOS (Chief Executive Officer) e nos EUA. Só quando isso for impossível se deve recorrer a órgãos colegiais ou à eleição de dirigentes.
Colocar pessoas em postos de chefia por concurso em vez de ser por nomeação ou por eleição.

Preferir sempre o consenso à votação. Criar organismos de consenso ao lado dos partidos, e só se elege se não for possível atingir o consenso.

A eleição deve ganhar dignidade e não se opor à autoridade do Estado. Só devem ser eleitos os autarcas, os deputados (em menor número e em círculos uninominais) e o Presidente da República, que nomeia o Chefe do Governo.

Tentar não despedir um único funcionário público, mas extinguir os lugares à medida que vagassem, até reduzir a Função Pública a um tamanho conveniente.

6. Defesa: maior envolvimento das Forças Armadas nas operações nacionais, de salvamento, manutenção da ordem, limpeza e ordenamento do território, etc. Que sejam muito mais do que um grupo parado à espera de uma guerra.

7. Comércio externo: Há uma coisa que resolve o problema das compras a países como a China, a Índia, o Vietname, o Bangladesh, que é incorporar nos preços dos seus produtos, enquanto taxas de importação, as taxas de carbono que eles não pagam a ninguém, nem incorporam na sua indústria, uma taxa sobre segurança social não paga aos seus trabalhadores, aumentando, deste modo, o preços destes produtos. Se se tratar de produtos feitos por multinacionais com incorporação parcial de componentes ou de trabalho desses países, aplicar taxas na proporção do valor incorporado. Se este processo depender de acordos supranacionais procurar implementar estas medidas na sede própria.
Essas taxas reverteriam para políticas de ambiente e de apoio social, onde se justifiquem.
Por outro lado defendo o fim dos subsídios aos produtos agrícolas, com a contrapartida da extinção da venda de estupefacientes por parte de países produtores.
Só este conjunto de dois tipos de medidas estabelece o comércio mundial livre

8. Saúde: preservar o SNS mas aumentar receitas e diminuir despesas relativas, e proporcionar novos modos de funcionamento que o tornem mais organizado e produtivo. Poderá ter de ser parcialmente pago pelos utentes

9. Segurança social: saber que não se pode auto-sustentar no médio e longo prazo e tomar as medidas correspondentes.

10. Política Internacional: defendo a manutenção do nosso sistema actual de alianças e uma política moderada, de tipo Brasil.
Permanecer basicamente no mesmo sistema de alianças mas:
Desmontar, e promover a desmontagem colectiva, de 400 anos de Eurocentrismo e de imperialismo: ter uma atitude de maior diálogo com os povos islâmicos e os povos oprimidos, por exemplo na Palestina e no Sudão.
Reparar, quando possível, e pedir desculpas (quando não o for) pelos males que se fizeram. Reescrever a história, e propor o mesmo aos nossos principais aliados e parceiros.

Aderir aos Objectivos da ONU (para cumprir até 2015)
1: Reduzir em metade a miséria extrema e a fome
2: Alcançar a educação primária universal
3: Promover a igualdade de género e capacitar as mulheres
4: Reduzir a mortalidade infantil
5: Melhorar a saúde materna
6: Combater o HIV-SIDA, a malária e outras doenças
7: Assegurar a sustentabilidade ambiental
8: Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento

CRONOGRAMA

Primeiros 3 anos: iniciar com força

4º, 5º e 6º anos
Depois destas acções iniciais, que se continuariam, o país ganharia fôlego para uma reforma administrativa de fundo, como por exemplo, reduzir a 1/3 o número de Deputados e administradores na Função Pública.

Últimos 3 anos: Continuar e consolidar as acções anteriores.

Saturday, December 06, 2008

Auditorias e vigilância mútua

Cada membro do governo tem que ter também uma função de auditoria, ao mais alto nível. A auditoria deve fazer a parte de todos os responsáveis, de todos os governantes, desde o Presidente da República até aos ministros. E auditar um serviço não é ir lá acompanhado do chefe desse serviço. É ir lá sozinho (e o chefe do serviço deve aceitar isso e não se ofender).

Ir lá sozinho. Ver como ele está a funcionar, não abrir conflito na hora e depois conferir aquilo que se viu com o responsável da tutela ou do serviço.
Auditar são visitas de trabalho, de surpresa, tanto aos locais de trabalho que levantam problemas como aos que não levantam.

É preciso sair à rua, não trabalhar só no gabinete. Sair sem ser acompanhado pelo ministro da tutela ou pelo Director do serviço respectivo.

Ao fazer ele próprio auditorias (pelo menos uma vez por semana durante todo o tempo do mandato), o governante está a dar o exemplo. Ninguém mais vai ficar parado.

Auditar é também ser auditado, observado em ambiente informal por todos.

Se não o fizer. Se delegar nas inspecções gerais, está a transmitir a imagem de que essa actividade é imprópria de uma entidade superior e pode ser delegada. Ninguém a fará mais como deve ser.
Mas auditar não é ignorar as chefias. É apenas recolha de informação para ser depois analisada e transmitida de volta, com correcções, pelas vias competentes.

Os nossos governantes estão amordaçados. Políticos de topo aprisionados aos seus colaboradores, a Secretários de estado e a Directores de Serviços

Só visitam um serviço se forem acompanhados pelos respectivos chefes. Têm que anunciar antes de visitar. Isto tolhe completamente a sua qualidade de movimentos e a sua percepção da realidade.

Faz lembrar os reis de antigamente, que demoravam meio dia a vestir-se porque tinham tais tarefas distribuídas a altos funcionários a que chamavam de camareiros. Um vestia-lhes as calças, outro a blusa, numa ordem imutável e muito longa. E tinha que ser este ritual diário porque, se não fosse isto, os camareiros iriam protestar violentamente.
Do mesmo modo o imperador do Japão tinha um ritual diário complicadíssimo para fazer, de que não podia afastar-se nem um minuto. Freud traça isso muito bem no seu livro Totem e Tabu.
Isto acontecia e acontece ainda com todos os líderes, sujeitos a um protocolo pesadíssimo e alienante.

Esta auditorias e outras interevnções informais e de surpresa, devem ser uma fonte preciosa de informação para os governantes, uma fonte preciosa de mobilização para os serviços e para o contacto entre uns e outros.
Uma fonte preciosa de contacto entre os governantes e as regiões que governam. Entre governantes e covernados, chefes e subordinados.

É por causa dessa vigilância e observação mútuas que a qualidade de um serviço se mede também pela qualidade do seu pessoal auxiliar. Não pode haver um serviço bom em que o pessoal auxiliar seja mau.
Isto porque a dinâmica do serviço passa precisamente por este tipo de pessoas. Um bom serviço é aquele em que dirigentes e dirigidos conseguem funcionar como um todo, e também através destas pessoas.

Uma vez, depois de eu ter mostrado o Internamento do Centro Regional de Alcoologia do Sul a um estrangeiro, a enfermeira chefe interpelou-me porque gostava de ter sido previamente avisada. Disse-lhe que não e que aquelas visitas iriam tornar-se rotineiras, diárias, simples e sem pré-aviso. Eu estava a auditar o meu próprio serviço. A observar nos corredores, nos vãos de escadas, por rotina, sozinho e fazendo-me distraído. Também tinha um gabinete mas sempre o usei pouco.


Thursday, November 13, 2008

Sócrates e o Partido socialista desiludiram-me definitivamente: com a história dos contentores de Alcântara; com a opacidade na informação da situação económica dos bancos e das medidas a tomar; com a forma proposta de avaliação de professores. Com a persistência da política do betão. Com o autoritarismo e a falta de ética.

Rui Rio parece-me, de entre os políticos conhecidos e actualizados, aquele que tem melhores condições para ocupar o lugar de futuro 1º Ministro:

Tem provas dadas de honestidade e determinação.

Começou a sua campanha eleitoral para Presidente da Câmara do Porto nos bairros de lata, junto da população portuguesa mais carenciada, e ganhou contra tudo e contra todos.

É realista. Não é como Manuel Alegre ou Louçã que preferem agravar a situação do país para salvarem demagogicamente as suas classes trabalhadoras.

Pode ser o dirigente de transição para uma política do futuro.


Está no entanto a ser sujeito a uma campanha violenta de desinformação e confundimento (por exemplo na questão do metro do Porto). O seu próprio partido não o defende nem o promove. Necessita ser ajudado por todos nós.

O próprio PSD só recuperará sob a liderança de Rui Rio, e Manuela Ferreira Leite pode ser uma ponte nessa recuperação.


Sunday, November 09, 2008

Do blogue "Futuro Comprometido", com os meus agradecimentos

Sobre o problema dos paraísos fiscais, é reveladora esta citação:

«A ruptura deu-se com a grande vaga de desregulação financeira que, em cinco anos, entre 1979 e 1984, rebentou todas as barreiras nacionais à circulação de capitais. Enquanto os princípios de transparência e de globalização dos mercados eram protegidos, enquanto a informação financeira explodia em volume e em tecnicidade, o princípio da soberania e da opacidade era deliberadamente reforçado nos paraísos fiscais, ao contrário da ordem do mundo. Na Antígua, por exemplo, os poderes públicos jamais procederam a qualquer recenseamento preciso do número de empresas inscritas no registo do comércio.
Não se trata de um fenómeno natural, independente da nossa vontade. Na sua quase totalidade, estes territórios são antigas feitorias das colónias britânicas, francesas, espanholas, ou holandesas. Desenvolveram-se no nosso seio. São apenas sucursais de Londres, Nova Iorque, Tóquio, Frankfurt ou Paris, onde está o coração da finança. O jogo duplo não é inocente. Como se fosse necessária uma certa opacidade para garantir margens que a transparência devora.
Há alguns anos, o procurador do Condado de Nova Iorque, Robert Morgenthau, denunciou essa hipocrisia a propósito das ilhas Caimão, um dos dez primeiros centros financeiros do planeta. *"A opacidade é a palavra mestra. Em matéria de regulamentação, a praça ganha o prémio do laxismo. No entanto, as ilhas Caimão pertencem à Coroa Britânica. O seu governador, tal como o seu ministro da Justiça, são nomeados por Londres. O Reino Unido tem, portanto, o poder de pôr fim ao deixa-andar na sua colónia mas não faz nada. Da mesma maneira, sob o ponto de vista financeiro, o arquipélago é uma dependência norte-americana - na realidade, a maior parte dos bancos offshore das ilhas Caimão é gerida por Wall Street. Washington também pode pôr fim às manigâncias offshore. Mas ninguém se mexe."1 *É um desvio do direito, um abuso político cujo preço deverá ser pago pelas gerações futuras.» o futuro é hoje! digo eu!!*

1 The New York Times, de 10 de Outubro de 1998

in Est-ce dans ce monde-là que nous voulons vivre? publicado em Portugal pela Editorial Inquérito em 2003

autora juíza franco-norueguesa Eva Joly - famosa pelo caso Elf.

http://www.europa-america.pt/product_info.php?manufacturers_id=5&products_id=5131&osCsid=54597107eeef4edfd3fba70b2e020375

Quem pense que governantes dos EUA e Reino Unido como Bush, Blair, Gordon Brown, entre outros, são pessoas de bem, talvez seja melhor reconsiderar!

*
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José Manuel Sousa

Blogue "Futuro Comprometido"

http://futureatrisk.blogspot.com/
e
http://www.quebrarsempartir.blogspot.com/

Sunday, November 02, 2008


A questão do terminal de contentores em Alcântara vai provavelmente modificar muitos votos nas legislativas e nas presidenciais, deixando definitivamente de apoiar este lobi de interesses em que está transformado o partido socialista.

Outra questão relativamenta às Câmaras é a seguinte: não é só a Câmara de Lisboa que cedeu casas indiscrinadamente, mas sim todas as Câmaras do país. Onde estão as listas de cedências das outras Câmaras?

Os seres humanos construíram um património que já não é suportado nem pela energia disponível, nem pelo ambiente, nem pela massa monetária em circulação.

Provavelmente o mundo tem dinheiro a mais para a circulação de bens e serviços, e daí uma de duas consequências: uma inflação brutal ou um encarecimento enorme de bans e serviços.

A solução para a crise será um capitalismo mais intervencionado. Mais democrático na China e mais intervencionado na Europa e nos Estados Unidos

Saturday, November 01, 2008

A crise

Uma das pricipais características desta crise mundial poderá ser excesso de dinheiro nos cofres e em circulação para uma actividade económica necessariamente mais reduzida.
Assim sendo, ou haverá uma inflação enorme, ou o custo dos produtos aumentará imenso.
Ambas as perspectivas significarão grandes problemas para a população mundial.

A nível político poderá haver um capitalismo mais intervencionado. Com mais liberdade na China mas com menos nos países europeus e americanos.

Em Portugal, onde já notava a debilidade dos nossos empresários, o Governo e as empresas públicas tenderão a abusar ainda mais.

Friday, October 31, 2008


Esta vale a pena ler, divulgar e assinar a Petição no fim do e-mail...


(link para a petição no fim do texto…divulguem s.f.f.)
Assalto a Lisboa


Quase vinte anos a escrever constantemente contra as inúmeras tentativas de expropriar aos cidadãos de Lisboa a frente ribeirinha do Tejo para a entregar a interesses privados ou a obras públicas inúteis têm-me ensinado que este será sempre um combate de retaguarda, recuando sucessivamente de trincheira em trincheira, sem perspectivas de vitória no final.
Num mundo normal (nem sequer num mundo perfeito), numa cidade como Lisboa - que tem o luxo de ter 14 km de estuário de rio, que, além do mais, representam o seu maior património histórico de referência - nada seria consentido fazer que pudesse comprometer aquilo que é o domínio público mais importante da cidade e o seu traço marcante decisivo. O rio seria de Lisboa e de ninguém mais, porque Lisboa sem o rio será apenas uma paisagem em degradação acelerada.
Mas nós não vivemos num mundo normal. Nós vivemos numa democracia em que os interesses privados passam tranquilamente à frente do interesse público, com sucessivos pretextos que, olhados de perto, não passam de um embuste. É por isso que, mesmo contra toda a esperança, é preciso não desistir de defender Lisboa contra os seus predadores - porque eles nunca desistirão das suas intenções.
Hoje, volto assim a um tema de que já aqui falei duas vezes, a última das quais a semana passada: o projecto escandaloso, já aprovado pelo Governo, de erguer um muro de contentores na zona de Alcântara, podendo ocupar até 1,5 km de frente de rio, com uma altura de 15 metros - o equivalente a um prédio de quatro andares. Este caso, aliás, vem demonstrar que, pior ainda do que um mercado desregulado por falta de intervenção do Estado - que subitamente tanto preocupa José Sócrates - é um mercado regulado pelo favor político do Estado, como sucede entre nós, de forma cada vez mais chocante.
A 'Nova Alcântara', como pomposamente lhe chama José Sócrates, é uma obra prejudicial à cidade de Lisboa, inútil e desbaratadora de dinheiros públicos, com todo o aspecto de ser ilegal e que levanta fundadas suspeitas de favorecimento negocial inadmissível.
É devastadora para a cidade, porque, além de uma extensa faixa de rio, nos vai roubar um dos privilégios únicos que Lisboa tem: a possibilidade de ver atracados ao seu centro os navios de passageiros cuja imagem faz sonhar milhões de pessoas no mundo inteiro. Nunca mais aí veremos navios tão emblemáticos como o 'Queen Mary II' ou o imenso 'Sovereign of the Seas', empurrados para a periferia de Santa Apolónia e substituídos por uma muralha de quilómetro e meio de contentores. Nem rio, nem navios: uma montanha de caixotes de ferro, empilhados uns sobre os outros.
Mas o roubo do rio não se fica por aí: aproveitando o balanço e a deslocação do terminal de navios de passageiros da gare onde estão os painéis de Almada Negreiros para o extremo oriental da cidade, o Porto de Lisboa esfrega as mãos de contente e prepara-se para dar cumprimento à sua mais recorrente ambição: a construção imobiliária à beira-rio.
Deixa-se a gare de Alcântara e os painéis de Almada para os contentores e vai-se fazer em Santa Apolónia, em cima do rio, mais uma barreira de 600 metros de comprimento e outros 15 a 20 de altura, para albergar uma nova gare e, já agora, um centro comercial e um hotel... para os passageiros dos barcos, com camarote pago a bordo. E há outro dano, ainda: durante seis anos, o governo vai lançar mãos à obra de enterrar a via férrea existente, adaptando-a à necessidade de escoar um milhão de contentores a partir do centro da cidade. Num ponto crucial de entrada e saída de Lisboa, vamos ter um pandemónio instalado durante vários anos, para conseguir fornecer as acessibilidades tornadas necessárias pela localização errada do terminal de contentores.
Nessas obras, vai o governo gastar para cima de 200 milhões de euros, através da CP e da Refer, de forma a tornar viável um negócio privado que é, além do mais, totalmente inútil. Lisboa tem capacidade subaproveitada para receber contentores - mas não ali e justamente na zona oriental, para onde querem mandar os navios de passageiros. Aliás, em Alcântara, vai ser ainda necessário dragar o rio, porque o seu fundo não assegura o calado dos navios que para ali se querem levar para despejar contentores. E, quando tanto se fala em descentralização, é notável pensar que o Estado quer investir 200 milhões para trazer contentores para o centro da capital, quando ali ao lado, em Setúbal, existe um porto perfeito para isso e cuja capacidade não aproveitada é de 95%! E isto para já não falar em Sines...
Tão absurdo projecto só pode ser fruto de uma imbecilidade inimaginável ou... de uma grande, grandessíssima, negociata. Ponham-me mais os processos que quiserem, mas isto eu devo à minha consciência dizer: o negócio que o governo acaba de celebrar para Alcântara com a Liscont/Mota Engil, aprovado pelo Decreto-Lei nº 188/2008, de 23 de Setembro, tem de ser investigado - pela Assembleia da República, pelo Tribunal de Contas, pela Procuradoria-Geral da República. É preciso que fique claro do que estamos a falar: se de um acto administrativo de uma estupidez absoluta ou de mais um escândalo de promiscuidade político-empresarial.
Em 1984, o Decreto-lei n.º 287/84 estabelecia as bases para a exploração do Terminal de Contentores de Alcântara, com as seguintes condições: área de ocupação restrita; atracagem apenas permitida a navios que, pelo seu calado, não pudessem acostar a Santa Apolónia; prazo de exploração de 20 anos, e concessão mediante concurso internacional. Com estas condições, apenas uma empresa - a Liscont - se apresentou a concurso e tomou a exploração, que rapidamente se revelou deficitária. Em 1995, salvo erro, a Liscont é comprada pela Tertir, que vem a obter do Governo, nos anos seguintes, alterações ao contrato, que de todo subvertiam as regras do caderno de encargos do anterior concurso internacional: mais área de ocupação, possibilidade de acostagem de todo o tipo de navios e mais dez anos de prorrogação do prazo, agora fixado até 2014. Em 2006, oito anos antes de expirar o prazo da concessão, a Tertir é, por sua vez, comprada pela Mota-Engil, por um preço anormalmente elevado face à perspectiva de negócio futuro. Mas, em Abril deste ano, sem que nada o fizesse prever ou o aconselhasse em termos de interesse público, fica-se a saber que a concessionária obteve do Governo nova revisão extraordinária do contrato, com as seguintes alterações: alargamento da capacidade de descarga para mais do triplo; aumento da área de ocupação para mais do quíntuplo; manutenção das taxas, já reduzidas, de operação; e prolongamento do prazo de concessão por mais 27 anos (!), até 2042. Tudo sem concurso público, tudo negociado no segredo dos deuses, tudo perante o silêncio atordoador de António Costa, presumido presidente da Câmara de Lisboa. E, finalmente, em Setembro passado, através do citado Decreto-lei 188/2008, fica-se a saber que o Governo ainda se disponibiliza para investir mais de 200 milhões de euros para garantir à Liscont/Tertir/Mota-Engil as obras necessárias a garantir o escoamento da sua capacidade triplicada de movimento. Imaginem: eu tenho um pequeno restaurante à beira-rio, que não é viável, por falta de espaço e de acessibilidades, e cuja concessão a lei prevê que dependa de concurso público e só dure vinte anos. Vem o governo e, de uma assentada, autoriza-me a triplicar o espaço, prorroga-me o prazo de concessão de modo a que o meu negócio acabe garantido por um total de 57 anos e sem aumento de renda, disponibiliza-se para me fazer e pagar as obras de acessibilidade necessárias ao sucesso do restaurante... e tudo sem concurso público, negociado entre mim e eles, no resguardo dos gabinetes. É ou não é fantástico?
E é assim que se trata Lisboa. É ou não é escandaloso? E o que fazemos, ficamos quietos? Pedaço a pedaço, eles dão tudo o que é nosso, à beira-rio: um quilómetro e meio de frente à Mota-Engil, seiscentos metros ao Porto de Lisboa, um quarteirão no Cais do Sodré para qualquer coisa da observação da droga, outro quarteirão para o Hotel Altis, o CCB para a Fundação Berardo, um quarteirão mais para a Fundação Champalimaud e a Casa dos Bicos para a Fundação Saramago.

Aqui fica o Link de acesso à petição à Assembleia da Republica contra a ampliação do Terminal de contentores de Alcântara.

http://www.gopetition.com/online/22835.html

Por favor divulguem pelos vossos contactos.

Sunday, October 26, 2008

José Sócrates quer Elisa Ferreira na Câmara do Porto. Eu cá votaria em Rui Rio, e em António Costa para Lisboa, se ele se sair bem do escândalo dos contentores, para que ele acabe por sanear a Câmara e ponha fim ao escândalo dos ganhos dos administradores das empresas municipais.

O ser humano (e ainda mais os grupos humanos) tende sempre a um abuso de poder e só pode ser contido pelo poder dos otros. Daí que em casos como prisões, internatos, internamentos psiquiátricos e de drogas, seja sempre necessária uma vigilância muito especial.
O que fazem Sarkosy, Durão Barroso e Angela Merkel nas sua constabtes deslocações? Porque não explicam aquilo que pretendem fazer no que respeita à crise?

Pretendem todos uma reforma profunda do sistema financeiro. Alguém sabe o que isto é?

Movimento de refundação do sistema financeiro. Alguém sabe o que isto é?

De modo geral parece que se caminha para um capitalismo mais intervencionado, mas com muito autoritarismo e invertezas.

Sunday, October 19, 2008

Copos - quem decide és tu




O IDT continua sem acertar nenhuma. 13 médicos, ou mais, segundo certas notícias, pediram para sair, alegando indefinição de políticas e falta de condições de trabalho: que no IDT muitas vezes são os psicólogos a administrar a medicação, que há tráfico de metadona e de subutex e, acrescento eu, programas de metadona eternos.

O Programa Porto Feliz, da Autarquia do Porto, feito em colaboração com o IDT, foi dos poucos programas de prevenção a tratamento bem sucedidos, que tirou cerca de 500 toxicodependentes da rua. Foi muito mais bem sucedido do que qualquer programa com os mesmos objectivos de outra autarquia.

Como é da autoria de Rui Rio, um autarca do PSD, e só pode ser por isso, O IDT ameaça pará-lo.

Por último, e a pior de todas, aparece esta maravilha de Prevenção Primária, dirigida a jovens entre o 14 e os 20 anos, feita em parceria entre a Cruz Vermelha Portuguesa e o IDT: “Copos, que decide és tu!”

"Título: CVP e IDT juntos no combate ao álcool Data: 13-10-2008
Fonte: jornalbriefing.iol.pt

CVP e IDT juntos no combate ao álcool

«Copos - quem decide és tu» é o tema do projecto que a Cruz Vermelha Portuguesa em parceria com o Instituto da Droga (IDT) e da Toxicodependência, vão apresentar na próxima semana. Na origem desta iniciativa nacional, que tem como target a faixa etária entre os 14 e os 20 anos, está uma acção de prevenção e sensibilização sobre o consumo abusivo de álcool.
O projecto «Copos - quem decide és tu», é desenvolvido pela Juventude Cruz Vermelha e supervisionado pelo Instituto da Droga e da Toxicodependência. Para além de traçarem os objectivos da campanha para o próximo ano, os responsáveis do projecto vão ainda anunciar os dados de um estudo revelador do nível de informação dos jovens portugueses sobre esta matéria." fim de citação.

Só foi divulgado o título da campanha que, no entanto, é esclarecedor: Os técnicos do IDT, que trabalham numa linha muito parecida com que que defende a legalização das drogas, e que espalham informações de tipo modo de usar, acham agora que os jovens dos 14 aos 16 anos devem decidir se bebem álcool ou não, num país onde este consumo está proibido até aos 16 anos, e devia estar até aos 18.

Impagável, este IDT, e esta Cruz Vermelha que vai atrás dele. Seria para rir se não mexesse com a vida de milhões de jovens e com a segurança de todos nós. Assim, terá péssimas consequências. Mais vale substitur o IDT por coisa melhor.

Saturday, October 11, 2008

Uma comissão à portuguesa. Do tamanho do Conselho de ministros e sem nenhuma capacidade de gestão ou executiva

Há dias estive a ler notícias sobre reforma da Saúde mental, no sítio do Alto Comissariado da Saúde (http://www.acs.min-saude.pt/).

Na página relativa aos comentários haviam duas frases chamativas:
Ainda não há comentários para esta notícia.
Seja o primeiro a comentar usando o formulário em baixo.

Depois de ter feito e enviado um comentário resumido, um texto informava-me que ia ser lido primeiro por alguém do Alto Comissariado e que seria publicado se estivesse bem.
Foi logo censurado, pelo que vou ter que fazer um comentário mais completo neste blogue
Este é o texto do site do Alto Comissariado da Saúde, referente ao Plano Nacional de Saúde mental:
“Foi publicada, em Diário da República, a 6 de Março de 2008, a Resolução do Conselho de Ministros n.º 49/2008, que aprova o Plano Nacional de Saúde Mental para o período de 2007 a 2016.

O Plano constitui um instrumento fundamental para a concretização de uma estratégia nacional a ser implementada de forma multi-sectorial por parte de várias entidades ministeriais. A sua coordenação ficará a cargo do Alto-Comissariado da Saúde, através de um coordenador nacional.

A Resolução cria ainda a Comissão Técnica de Acompanhamento da Reforma da Saúde Mental, que visa assegurar a cooperação multi-institucional entre as diversas entidades com atribuições nesta área. A Comissão é presidida pelo presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental e integra:

O coordenador nacional do Plano;
Quatro membros a designar pelo Alto-Comissário da Saúde, de entre pessoas titulares de relação jurídica de emprego público;
Os coordenadores dos gabinetes técnicos de saúde mental, previstos no n.º 2 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 35/99, de 5 de Fevereiro;
Um representante da Unidade de Missão dos Cuidados Continuados Integrados;
Um representante da Presidência do Conselho de Ministros;
Um representante do Ministério da Defesa Nacional;
Um representante do Ministério da Administração Interna;
Um representante do Ministério da Justiça;
Um representante do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social;
Um representante do Ministério da Educação;
Um representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. “ Fim de citação

Que eu saiba, até agora, este mini-conselho de ministros não produziu ainda nada, a não ser alguma de fusão de instituições.

Esta Comissão Técnica não tem nenhum representante dos utentes e, a avaliar pelo trabalho já feito, ninguém a trabalhar a tempo inteiro (nem mesmo o coordenador nacional). Muitas destas pessoas não dedicarão meia hora por mês a este assunto e também não têm quem as informe.

Nem o site nem a Comissão informam nada sobre o andamento dos trabalhos de reestruturação de serviços. Não existe nenhum relatório de progresso.

Não se criou nenhuma comissão científica independente que publique um estudo sobre a transferência de doentes entre hospitais psiquiátricos (sempre perigosa e problemática). Por exemplo um trabalho universitário que monitorize este assunto.
Vejamos agora os cargos do próprio Coordenador Nacional, segundo o CV publicado pelo Diário da República:

José Miguel Barros Caldas de Almeida é:
1. Professor Catedrático de Psiquiatria e Saúde Mental da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa desde 1992.
2. É Director da Faculdade de Ciências Médicas desde Março de 2007
3. É Director do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental desde 2006.
4. Foi nomeado em 2006 Presidente da Comissão Nacional para a Reestruturação dos Serviços de Saúde Mental, tendo coordenado a elaboração do Plano Nacional de Saúde Mental.

Será que estes quatro cargos não são incompatíveis?
Qual a carga horária e a remuneração de cada um deles?
Não seriam melhor desempenhados por 4 pessoas diferentes?

É por causa de coisas como estas que se não se forma nenhuma elite em Portugal. São dados poderes desmedidos a uns, sempre os mesmos, que os aceitam sabendo que não podem cumprir eficazmente as suas atribuições, e a outros cortam-se-lhes as pernas.

É previsível que a reforma de saúde mental se limite a assuntos que poupam dinheiro, tais como fusão de serviços que, no entanto, não deverá traduzir-se em aumento de produtividade nem em melhoria de qualidade. No entanto, ou muito me engano ou nada se fará que aumente despesa ou que crie novos serviços.

Antes, a degradação irá continuar.

E a propósito, este Alto Comissariado não duplica muitas das funções da Direcção Geral da Saúde?

Thursday, October 02, 2008

Qualquer grupo humano dominante, se for deixado sozinho e sem escrutínio, tende a abusar. Desde os gestores dos grandes bancos, até aos médicos, guardas prisionais, etc.
A propósito de Portugal não ter progredido com a ajuda europeia:

A União Europeia deveria ter exigido que as instituições portuguesas se transformassem primeiro, se tornassem eficazes e democráticas, antes de ter dado os fundos a Portugal.

Monday, September 29, 2008

Pergunta-se porque é que o dinheiro injectado em Portugal pela União Europeia não ajudou o país.

A explicação está nos pormenoress e é muito mais complexa do que uma auditoria poderá provavelmente investigar.

O que se passa, entre outras coisas, é que as instituições ajudadas não são democráticas. Por exemplo os dirigentes não são escolhidos por concurso mas por critérios políticos, devem primeiro que tudo fidelidade ao partido que os escolheu e não ao desenvolvimento da sua empresa.

Wednesday, September 24, 2008



Os Estados Unidos criaram dois cordões sanitários: um à volta do Médio Oriente e outro à volta da Rússia e agora queixam-se que os russos é que são agressivos.

O cordão sanitário do Médio Oriente envolve países ajudados e formatados especificamente para serem polícias dos vizinhos, como Israel.
Países cuja política domina completamente, como o Arábia Saudita, os Emiratos, o Dubai, etc.
Países que destruiu com a ajuda de Israel, como a actual Palestina.
Países que invadiu, como o Iraque e o Afeganistão.
Países que pretende controlar com a CIA, como o Paquistão, ou com a diplomaCIA, como a Síria e a Líbia.
Países que ameaça, como o Irão.
A teorias do fundamentalismo são petrolíferas. O país mais fundamentalista de todos (Arábia Saudita) é o mais fiel aliado dos Estados Unidos.

O cerco dos árabes é, também, e talvez sobretudo, o cerco do petróleo.

O cordão sanitário à volta da Rússia envolve a Polónia, a Checoslováquia, a Hungria e a Geórgia.

Alguns destes países fazem muito bem em procurar sair da tutela da Rússia anti-democrática, e os países árabes têm, evidentemente, muitos defeitos, mas esta é uma maneira totalmente incorrecta de relação com eles. Para qualquer miúdo da rua de um qualquer desses países um bom americano é um americano morto. E isto porque sentem na carne o seu domínio e as suas más acções e não meramente por propaganda.




Sunday, September 14, 2008


Manet. Déjeuner sur l'herbe. Salão dos recusados. Paris 1863



É uma cena misteriosa, ambígua e bela: uma mulher nua, bonita mas sem fazer valer a sua sensualidade, entre dois amigos, conversando, nada inferiorizada face a nenhum deles, e olhando de frente para o espectador.
O que isto significa? Uma mulher a provocar a sociedade parisiense do seu tempo?

Este quadro é tão avançado para a época que foi banido da exposição de Paris, como outras das melhores obras de arte do seu tempo


Desta vez consegui o texto de Vasco Pulido Valente na íntegra, saído no Público de ontem, no Blogue “O Jumento”.
Devido à acutilância, clareza de raciocínio e avisos sérios que faz, espero que o leiam. Os sublinhados são meus.

UM AVISO


«Essa grande cabeça e querido amigo do dr. Mário Soares, Hugo Chávez, ditador da Venezuela, aceitou fazer um exercício militar conjunto com a Federação Russa. A Federação Russa contribui com dois bombardeiros de longo alcance e com uma força naval. Nem os bombardeiros, nem a força naval terão, por agora, armas nucleares. Mas nada impede que as venham a ter. Na televisão, Chávez, com a sua profunda falta de senso, estava excitadíssimo. "Isto é mau" para a América, dizia ele, "Yes!". E dava murros de alegria na mesa. Prometeu também pilotar pessoalmente um dos "monstros" que Putin lhe emprestara e voar baixo sobre a casa de Fidel de Castro, a título de homenagem. Já andava a aprender no "simulador", para gozo e consolo dos revolucionários da América Latina.Claro que não recomeçou a "guerra fria". Putin declarou (segunda-feira?) que a Rússia não se pretendia "expandir" e que não existiam razões de "animosidade". A Rússia aproveitou simplesmente a proverbial insensatez de Chávez para demonstrar à América que podia criar complicações no Atlântico com tanta facilidade como a América cria complicações no mar Negro. E que se a Rússia era vulnerável, a América não o era menos. Bush e a direita do Partido Republicano com certeza que não perceberam o aviso. Nas poucas semanas que lhe restam antes de ir para casa, em Janeiro de 2009, Bush ainda é bem capaz de rebentar com o mundo. Esperemos que Obama, McCain e os militares não o deixem à solta. E que Putin por enquanto o aguente com paciência.
Para a Rússia, o pior não foi o colapso da URSS, a derrota do comunismo (em que muito pouca gente acreditava), o caos da economia ou mesmo a pilhagem do Estado por umas centenas de cleptocratas, que hoje se passeiam a salvo por aí. O pior foi a humilhação nacional, a arrogância com que o Ocidente tratou o império e se ingeriu durante anos na sua política interna. Putin acabou com isso e o seu sucesso vem, no essencial, da força e da dignidade que ele conseguiu devolver à Rússia. O que significa que nunca permitirá que a NATO estabeleça um "cordão sanitário" do Báltico ao mar Negro, ao longo das fronteiras da Rússia. Para Putin e Medvedev, as loucas viagens da sra. Rice e do sr. Cheney são puras provocações. É preciso que a América compreenda rapidamente esta verdade básica.»

Saturday, September 06, 2008


A Convenção Republicana

A Candidatura republicana finalmente esclareceu-se.

Diz Vasco Pulido Valente, no Público de sexta feira:

"A Convenção do Partido Republicano foi, politicamente, um espectáculo de horror. Primeiro, pelo nacionalismo. Durante horas o Congresso berrou “U-S-A!”, “U-S-A!”, com um fervor histérico, que não lembrava, e não anuncia, nada de bom. A América é o melhor país que se criou na Terra (o planeta) o mais forte, o mais rico, o mais livre. E é também o farol e a esperança da humanidade: a cidade perfeita no cimo da montanha.
... Um nacionalismo desta espécie, xenófobo e fanático, leva naturalmente ao militarismo. Entre alguma parlapatice sem consequência, a Convenção Republicana não passou de uma cerimónia militar.
... "E várias criaturas com responsabilidades (Giuliani, por exemplo, e a própria Palin) declararam a vitória [no Iraque] iminente - a vitória, reparem bem - sem qualquer restrição ou dúvida.
Com o nacionalismo e militarismo, veio naturalmente a apologia da agressividade e da dureza. McCain é o duro por excelência. ... E a América, segundo a Convenção, precisa de continuar na ofensiva. E não se tome isto por retórica de campanha. McCain já avisou a Rússia: “Nós somos todos georgianos”, para que ninguém julgasse que ele, Presidente, - abandonaria o Cáucaso. A Convenção Republicana - branca, velha e, apesar de Palin, masculina - é um bunker, com espírito de bunker. Se McCain ganhar, as coisas ficam fatalmente feias."

Esta Sarah Palin é o que existe de mais histérico, agressivo, perigoso e desconjuntado. É uma permanente fuga para a frente de chinelo, de agressividade, defesa das armas, defesa da caça, contra o planeamento familiar, anti-ecológica, grosseira e inculta. Em resumo, o que há de pior. É esta mulher que irá substituir McCain se alguma doença grave ou fatalidade lhe acontecer.

MaCain, que não viu muitas das suas ideias mais liberais passarem nesta Convenção, arrisca-se a ficar prisioneiro desta direita primária e arruaceira. Uma espécie de velho tonto, de ícone inofensivo nas mãos desta gente perigosa e fundamentalista.

Tuesday, September 02, 2008

O Voto de Bush

Hoje o Público trazia uma notícia inquietante sobre um possível ataque aéreo dos Estados Unidos às supostas instalações nucleares do Irão, nas próximas semanas.

Se assim for, este será o voto de Bush para as próximas eelições, um voto de destruição macissa, a condicionar à falsa fé as opções políticas do seu sucessor na Casa Branca. Bush julga que deve mais fidelidade ao conceito que ele tem de Deus e dos seus desígnios do que aos americanos que o elegeram. Julga-se escolhido por Deus em vez de eleito pelos americanos.

É necessária muita vigilância e reacção popular para que isto não aconteça. Deixemos a questão do Irão para ser resolvida pela via negocial pelo próximo presidente dos Estados Unidos.

Monday, September 01, 2008



LEITURAS DE FÉRIAS: Gomorra, de Roberto Saviano

Roberto Saviano, o autor de “Gomorra”, best-seller internacional, nasceu em 1979, tendo agora 28 ou 29 anos.

Teve a sorte de ter um pai que lhe transmitiu coragem e amor pelas pessoas. Motorista de ambulância, uma vez recusou-se a deixar abandonado um rapaz ferido pela Gomorra, tendo sido gravemente espancado e obrigado a mudar de país. Roberto, depois de ter escrito este livro, teve de recorrer a protecção policial, que, provavelmente, ainda perdura.

A Gomorra é a obsessão de Saviano, que pratica um estilo de observação em que se mete dentro das situações para melhor as compreender. Por exemplo, fez-se empregado de um chinês no Porto de Nápoles, tendo participado marginalmente em acções de contrabando; fez-se operário da construção civil; visitou lixeiras; assistiu em primeira mão a crimes; interceptou comunicações da polícia; viajou por todos os locais de acção da Camorra, na região de Nápoles, em Roma, na Escócia; acompanhou de perto as suas acções legais e ilegais, entre tantas outras coisas, para compreender melhor as condições de vida e de trabalho destas pessoas e as histórias e práticas da Camorra

Parecido, em Portugal, só conheço o psicólogo Luís Fernandes, (cujas ideias sobre a liberalização das drogas não compartilho), mas que foi viver para o Bairro do Aleixo, no Porto, para escrever a sua tese sobre drogas.

Ao mesmo tempo que pratica esta observação participante e activa, Saviano faz uma viagem interior de que também nos documenta.

Saviano divulgou para todos os leitores que agora se vende cocaína de uma forma liberalizada.

A Camorra (de que temos associações semelhantes, mais ou menos desenvolvidas, e modos de pensar semelhantes) em todo o mundo, pratica o liberalismo mais desenfreado e defende 3 conceitos: negócio (seja do que for e sem regras); lucro e competição.

Calar a boca aqui não é tão simples como a Omertá siciliana. É mais “este problema não é meu” “it’s not my business”. Só sou responsável pelo que faço, e não pelo uso que as outras pessoas dão àquilo que eu faço. Um traficante de droga julga não ser responsável pelo uso que os outros fazem da droga que ele vende.

Passa-se o mesmo com a observação silenciosa que muitos alemães contemporâneos de Hitler praticavam em relação àquilo que ele fazia: não olhavam, não investigavam, não denunciavam, fechavam os olhos. It’s not my business.

Isto acontece ainda com muita gente perante qualquer situação de constrangimento ou violência. Afastam-se para não presenciar mais nem discutir mais o assunto, o que, de certo modo é legítimo. O pior é quando a violência vem ter com eles, os assalta e os invade, como aconteceu no país Basco com a ETA, e na região de Nápoles com a Gomorra. Aqui não é possível fugir e são raros aqueles que têm a coragem de denunciar o que vêem, como o Padre Dom Pepino Diana, o autarca António Nugnes, que pagaram com a vida as suas denúncias, e agora Roberto Saviano.

Um livro de leitura obrigatória para que quer saber mais sobre poder e corrupção.

Tuesday, July 29, 2008


Para poder ajudar plenamente o Irão e outros países islâmicos é preciso que eles se tornem Estados Laicos, como a Turquia.

A União Europeia deveria ter a inteligência de cooptar rapidamente a Turquia e Cabo Verde, para entrar em mais duas regiões económicas da maior importância.

Thursday, July 24, 2008

Estes Posts sobre os perigos das ruas não acontecem por acaso. Reflectem a preocupação de um governo e administração humanista que nunca exerceriam tal pressão e descuido sobre as pessoas

Wednesday, July 23, 2008

Este buraco monstruoso, símbolo do desleixo da nossa Câmara, encontra-se num passeio a seguir à estação de serviço da GALP, no fim da Segunda Circular, a caminho dos Olivais Norte.

Imaginem o que pode acontecer a uma criança que ali caia!

Estes pinos servem para decapitar pessoas que eventualmente caiam
Existem nos passeios do Hospital de Santa Maria que, como sabem, necessita fazer mais cirurgias e tratamentos de urgência.

Sunday, July 20, 2008




Estes buracos horríveis e perigosos, entre passeios, passam-se entre a Portela, os Olivais e Moscavide, mais propriamente numa grande urbanização que estão ali a fazer. As fotos dizem tudo.








Solicita-se intervenção urgente.



O mau e o bom em Portugal

Dicas para um Programa Político para os próximos 10 anos em Portugal:

A maioria dos países muda, e muda depressa.

GERAL: defendo a liberdade, a livre iniciativa e a propriedade privada e, só neste sentido, estou mais próximo do PSD do que da ideologia socializante do PS.Por outro lado, a nível de defesa de direitos humanos e justiça social, defesa dos Palestinianos, sinto-me à esquerda do PS.

Sou humanista. Nunca poderia pertencer ao PCP ou ao BE, nomeadamente na sua recusa de condenar as FARC.

Sou completamente contra a legalização das drogas. As ditas leves estão entre as piores.

ACÇÕES: temas de mobilização nacional:Primeiros 3 anos

Promover nacionalmente a actividade local: por exemplo a limpeza de lixo em Portugal. Destruição de mamarrachos e edifícios em ruínas.
Actualização de etares e de gestão de resíduos (a cargo de comissões de moradores e de juntas de freguesia).
Recuperação de monumentos degradados.
Promover nacionalmente acções locais de segurança: por exemplo tolerância zero a mortes na estrada (Construção urgente de mais sinalização e de bandas sonoras a cargo de comissões de moradores e de juntas de freguesia – supervisionada por técnicos a nível nacional. Eliminar zonas perigosas).Construção de mais caminhos e de mais segurança e conforto para pedestres.
Promover a despoluição nacional e o recurso a energias alternativas

Tudo isto são actividades pagas, que injectam mais dinheiro e poder de compra nas populações locais, e recriam a classe trabalhadora e média. São genuinamente nacionais provem a imagem do país, a sua auto-estima e o turismo, que é a principal indústria nacional.Esta operação de reparação não é, portanto, inocente, e duraria à volta de 3 anos. Não seria definitiva. E daria uma nova consciência cívica aos portugueses, contribuiria para a descentralização de decisões, a fixação de pessoas nas zonas de origem e para a formação de uma nova classe média

Não sendo contra as grandes empresas e as multinacionais dar-se-ia uma especial atenção a promover a pequena e média iniciativa individual a nível local, recorrendo ao crédito e ao micro-crédito, e restabelecendo a descentralização e a nova classe média de que o país tanto necessita.

Coexistiria com uma operação de boa educação nas pessoas: não cuspirem nem atirarem lixo para o chão, limparem os dejectos que os seus cães fazem, atravessarem as ruas nos locais próprios, não maltratarem as crianças nem os animais, à semelhança do que fez há pouco tempo em Barcelona

Administração: responsabilizar cada dirigente.
Atribuir tarefas a pessoas em vez de ser a órgãos colegiais, um pouco como se faz na iniciativa privada com os CEOS (Chief Executive Officer) e nos EUA. Só quando isso fôr impossível se deve recorrer a órgãos colegiais ou à eleição de dirigentes.
Colocar pessoas em postos de chefia por concurso em vez de ser por nomeação ou por eleição.
Preferir sempre o consenso à votação. Criar organismos de consenso ao lado dos partidos, e só se elege se não for possível atingir o consenso.

A eleição deve ganhar dignidade e não se opor à autoridade do Estado. Só devem ser eleitos os autarcas, os deputados (em menos número e em círculos uninominais) e o Presidente da República, que nomeia o Chefe do Governo.

4º, 5º e 6º anos

Depois destas acções iniciais, que se continuariam, o país ganharia fôlego para uma reforma administrativa de fundo:

como por exemplo, reduzir a 1/3 o número de Deputados e administradores na Função Pública

Últimos 4 anos: Continuar e consolidar as acções anteriores.

Política Internacional

Desmontar, e promover a desmontagem colectiva, de 400 anos de Eurocentrismo e de imperialismo (por exemplo, terminar a 5ª Cruzada contra os infiéis).
Reparar, quando possível, e pedir desculpas (quando não for) pelos males que se fizeram. Reescrever a história, e propor o mesmo aos nossos principais aliados e parceiros.

Aderir aos Objectivos da ONU (para cumprir até 2015)
1: Reduzir em metade a miséria extrema e a fome
2: Alcançar a educação primária universal
3: Promover a igualdade de género e capacitar as mulheres
4: Reduzir a mortalidade infantil
5: Melhorar a saúde materna
6: Combater o HIV-SIDA, a malária e outras doenças
7: Assegurar a sustentabilidade ambiental
8: Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento








A Europa empobrece cada vez mais
face aos países produtores de petróleo
e face aos países produtores e bens de consumo (China, Índia e Extremo Oriente).

Em termos económicos é só dinheiro a sair.

É preciso inverter depressa este ciclo.

Tuesday, June 24, 2008

Rainbow Warrior (navio da Greenpeace) em Israel

A União Europeia adopta novas sanções contra o Irão, congelando as actividades do maior banco dessa República Islâmica na Europa.

Mas isto só lhe fabrica inimigos por parte do mundo islâmico e dos produtores de petróleo.
Deveria fazer em paralelo uma investigação idêntica sobre instalações e actividades nucleares em Israel com a imposição de medidas equivalentes face a esse país, começando, por exemplo, por fazer uma verificação adequada das denúncias referidas abaixo, para verificar em que medida estão correctas e agir em conformidade.


http://www.youtube.com/watch?v=Yf39qkvwOhU

A Quinta Cruzada contra o Islão, que inclui incentivos e protecção à política genocida de Israel na região, está a acabar, sem vitória, nem honra nem proveito para a Europa ou Estados Unidos, neste caso. Aliás como aconteceu com as 4 anteriores. Já é tempo de mudar de política.

Tuesday, June 10, 2008



O confronto das empresas de camionagem com o Governo Português (e outros da Europa) é duríssimo.

É sabido que uma das principais fontes de receita do Estado é o imposto sobre combustíveis, e os estados Europeus vão ter de baixar esse imposto.

Criar-se-ão assim, uma espécie de Estados Low Cost, sem a quantidade de políticos, os subsídios, o despesismo, a ineficácia e os custos absurdos dos Estados Europeus actuais, incluindo Portugal.



Objectivos da ONU (para cumprir até 2015)

1: Reduzir em metade a miséria extrema e a fome
2: Alcançar a educação primária universal
3: Promover a igualdade de género e capacitar as mulheres
4: Reduzir a mortalidade infantil
5: Melhorar a saúde materna
6: Combater o HIV-SIDA, a malária e outras doenças
7: Assegurar a sustentabilidade ambiental
8: Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento

Wednesday, June 04, 2008


Ana Bela Ferreira. Diário de Notícais. 3-6-2008


Miguel Bombarda e Júlio de Matos em situação caótica

Administração propôs um só médico para assegurar urgências durante a noite

A fusão dos hospitais Miguel Bombarda e Júlio de Matos lançou o caos nos serviços psiquiátricos e, segundo vários médicos, a situação culminou na demissão da directora clínica do Júlio de Matos.

A Lusa adianta ainda que estes clínicos garantem que as urgências estão "em ruptura".Os hospitais Miguel Bombarda e Júlio de Matos têm neste momento cerca de 500 doentes internados.

Depois a "tentativa de encerramento dos dois hospitais e a diminuição do pessoal não tem sido benéfica para os doentes", alerta Pilar Vicente, clínica do Miguel Bombarda.Outra das críticas vai para a medida que promove a saída dos doentes do hospital.

"Aquela ideia moderna de integrar os doentes psiquiátricos no meio familiar é muito bonita quando as famílias têm condições para os acolher e os podem acompanhar", aponta Pilar Vicente.A psicóloga do Miguel Bombarda Ana Barreiros também denuncia que "os utentes têm alta de forma abrupta, que vêem os tratamentos interrompidos". "Não pode ser assim pois muitos destes doentes não conhecem outra realidade além do hospital", lembra a psicóloga.As saídas abruptas criam outro problema: "uma pessoa não passa de um psicólogo para outro com a mesma facilidade que muda de clínico geral", considera a psicóloga.

Ana Barreiros, psicóloga no Miguel Bombarda, alerta ainda para o facto de "começarem a existir listas de espera para acompanhamento psicológico". "Antes só existiam nos hospitais centrais, que encaminhavam os doentes para nós, agora até aqui temos listas", esclarece ao DN a psicóloga.

O número de profissionais foi também revisto e, por isso, dos 21 psicólogos que há um ano trabalhavam no Miguel Bombarda só 12 se mantém. "O problema é que a nova legislação limita a contratação de profissionais", explica Ana Barreiros.A psicóloga e dirigente sindical não tem dúvidas: "é tudo feito sem pensar nas consequências". "Prevalece a perspectiva económica em detrimento da social", acusa ainda Ana Barreiros.

A psiquiatra Pilar Vicente frisa também que "parte do apoio indispensável está a ser cortado". Agora que o hospital Miguel Bombarda deixou de realizar consultas em algumas especialidades, todos os doentes da zona Sul do País e da área de Lisboa são encaminhados para o Júlio de Matos.Uma situação que se agravará se passar a ser um único médico a assegurar a urgência, como prevê a administração. Pilar Vicente recorda que este tipo de urgência "é pesadíssima". Do lado da administração, o presidente do Conselho de Administração e director do centro hospitalar psiquiátrico de Lisboa, que engloba os dois hospitais, Ricardo França Jardim garantiu à Lusa que "se houver necessidade, pagamos horas extraordinárias ou faremos contratação externa".

O próprio Ricardo França Jardim admitiu também "um certo mal estar dos colegas das urgências". O responsável acrescentou que está "a tentar alterar esta situação, racionalizando os serviços". Ricardo França Jardim informou ainda que a directora clínica apresentou a demissão no passado dia 15 de Maio, "alegando problemas de doença pessoal".

Mas, várias fontes do hospital confessaram à Lusa que esta se terá demitido devido ao caos em que se encontram estes hospitais.

Nada que neste blogue não se tenha afirmado desde há muito tempo, numa informação de que temos sido os pioneiros. Caldas de Almeida, instituído pelo Governo, é um dos principais responsáveis por esta situação.

Sunday, June 01, 2008






















Não é só Portugal. É toda a Europa que tem
que passar a ser auto-suficiente em termos de factura energética. Provavelmente isto inclui a opção nuclear, o que me parece praticamente inevitável. O nuclear permite, além do mais, carros movidos a eletricidade, enquanto que as soluções eólica e fotovoltaicas me parecem sempre muito fracas e incapazes de gerar a energia suficiente. Podem ser complementares mas a economia de um país não pode basear-se nisso.

Friday, May 16, 2008

José Miguel Júdice e o IDT

Desta vez é José Miguel Júdice que se insurge contra o Dicionário para Jovens, do IDT.

De modo geral tem razão, mas parece-me favorável à legalização das drogas, o que eu acho muito errado.

Drogar-se não é crime, mas a intolerância social portuguesa contra o uso de drogas é precisamente um fator de ajuda no tratamento das mesmas. Veja-se o que se passa com o álcool, cujo sucesso de tratamento á inferior ao das drogas duras, e uma das razões para isso é precisamente o encorajamento social para que se beba.

Sobre a troca de seringas também Júdice não tem razão. Simplesmente nenhum toxicodependente se injeta na prisão. Só fumam. Usar e trocar seringas significaria um agravamento do problema do consumo de droga nas prisões.

Por último concordamos em que chegou a hora da sociedade portuguesa se ver livre deste grupo dirigente do IDT e reformular toda a organização da prevenção e tratamento dos problemas de álcool e drogas em Portugal.





Wednesday, May 14, 2008

IDT: não acertam nenhuma




O IDT e os seus desastrados dirigentes continuam a não acertar nenhuma:

A primeira foi o programa de redução de riscos nas prisões, através do fornecimento de seringas aos presos consumidores de drogas injectadas, a que nenhum preso aderiu.

Portugal precisa de saber qual o dinheiro que foi gasto nesse desastroso programa, que envolveu a formação ? de pelo menos 100 ! guardas prisionais.

Como de costume ninguém pede responsabilidades a João Goulão, Manuel Cardoso e tantos outros!

Outro disparate, já denunciado poor associações de pais e Movimentos políticos como o MMS (Movimento Mérito e Sociedade), é o encorajamento ao consumo e à cultura de consumo, que perpassa por todo o glossário do site infanto-juvenil do IDT
www.tu-alinhas.pt.

Vejam-se estas pérolas:

Queca
Ter relações sexuais.


Queimar
Aquecer com o isqueiro a heroína ou cocaína, até fazer a bolha brilhante, cativante e vaporosa cujo fumo será inalado com a ajuda de uma nota enrolada em tubo.

Quando é que isto acaba?

Quando é que estes dirigentes e quadros superiores, em tempos condecorados pelo Ministro da Saúde, que aqui há tempos pediam aos jovens que avaliassem as relações sexuais dos pais, são demitidos, para pagarem o mal, o desperdício e a confusão que introduziram na sociedade portuguesa?

Monday, May 12, 2008

Um aliado insuspeito: Jorge Almeida Fernandes

Jorge Almeida Fernandes veio dar razão a uma teoria que eu, desde há muito tempo, defendo neste blogue.

As teses do reconhecimento do Estado de Israel e do Estado da Palestina, defendida por Jimmy Carter, Clinton e Arafat, parecem estar definitivamente condenadas ao fracasso. Israel implantou tantos colonatos na Palestina, legais e ilegais, parasitou essa terra de tal modo, que se torna impossível destruir os colonatos e fazer regressar todos aqueles colonos às fronteiras oficiais do Estado de Israel.

Os Palestinianos estão sujeitos ao mais tremendo dos genocídios e às maiores humilhações. Pior do que o Apartheid Sul Africano, onde nunca se mataram maciçamente populações negras indefesas. Pior do que o Gueto de Varsóvia.

E fazem isso porque Israel está protegido pelos Estados Unidos e por muitas nações europeias.
Tem o exército e a polícia secreta mais eficazes do mundo.
Tem um arsenal nuclear denunciado por um homem que ficou preso o resto da vida
E tem, provavelmente, as campanhas e os profissionais de marketing e de opinião pública mais eficazes do mundo, que os salvam sempre e constroem dos palestinianos uma imagem de terroristas, sempre sem razão naquilo que fazem.


A campanha de opinião pública que não investigou nem protestou quando Arafat morreu (Arafat morreu quando isso era politicamente conveniente, num hospital francês, de doença não esclarecida e não teve autópsia); a campanha de opinião pública que promove a não investigação nem que se fale do arsenal nuclear israelita.

Esta manipulação da opinião pública é também ajudada pelo facto de não ser politicamente correcto e poder originar todo o tipo de represálias estar contra Israel ou a favor dos palestinianos. No fundo isso significa estar contra a política da ONU, dos Estados Unidos e da União Europeia. Mais perigoso só foi ter sido a favor dos israelitas no tempo de Hitler

Não se pode, nem se deve, nem seria ético atirá-los ao mar. Sujeitá-los a uma democracia na terra que invadiram parece-me a melhor das soluções. Nem protestarão, como os beneficiários do Apartheid sul africano nunca protestaram quando foram sujeitos a eleições livres. E estabelecer-se-á, por fim, a paz.

Para além disso é preciso que se reponha a justiça internacional sobre este assunto e que se indemnizem todos os palestinianos deslocados, expropriados, e os familiares dos assassinados ou mortos por esse eufemismo vergonhoso que se inventou agora, os chamados “danos colaterais”.

Porque será que tantos judeus foram discriminados e odiados ao longo da história? Para os portugueses humildes da minha terra, chamar judeu a uma pessoa era um insulto e uma depreciação. Para além das culpas dos outros eles próprios precisam investigar o que é que nas crenças e na moral desse povo está errado e faz com que os outros se sintam quase sempre incomodados com eles.

Também os judeus precisam de se libertar desses estigmas. Mas para isso também precisarão de mudar muito.


Os israelitas foram vítimas da sua própria ganância, porque recusaram a solução de 2 Estados e agora vão ver-se obrigados a aceitar um único Estado com maioria palestiniana.

Tuesday, May 06, 2008

Sócrates deixou de se interessar pelo Portugal mais pobre e pelas pessoas que vivem nas franjas das grandes cidades. Interessa-se mais pelo Portugal que dá votos e pelos portugueses que vivem uma economia cor-de-rosa, porque julga que eles lhe permitem ganhar eleições.
Não consegue sair do Portugal a duas velocidades nem deixar a primeira
 
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