Sunday, June 27, 2010

Portugal sempre foi um país que nunca estimou os seus maiores.

Desde Afonso de Albuquerque, e terminando agora em Saramago.

Estas duas pessoas só se podem igualar pela incompreensão e desprezo público que suscitaram

Mas Saramago pode comparar-se melhor a Fernando Pessoa.

Este último teria todas as razões para ser desprezado por Sousa Lara, Cavaco Silva e até Vasco Pulido Valente.

Era alcoólico.

E não devia ser dos simpáticos. Levava porrada, era considerado um lunático pelos do seu tempo e morreu de cirrose. Tal como Saramago, um comunista mal convertido, sempre contraditório, contundente, a sanear pessoas e mais tarde a defender os palestinianos.

A este último, ninguém, desta burguesia bem falante portuguesa, lhe perdoou ou compreendeu a sua obra, que se desprendeu da pessoa para passar a ter um alcance universal.

O pior é que, com este desprezo todo, quem se enfraquece é Portugal

Papa Bento XVI, segundo a revista Time de 7 de Junho:

“the church, therefore, has the profound need to learn penance again, to accept purification". And while forgiving sins may be a Christian imperative, Benedict said, “forgiveness does not replace justice”.


Comissão Parlamentar de Inquérito:

Eu esperava outra posição de Pedro Passos Coelho. Ao negar a transcrição das escutas devido a critérios tácticos, o PSD protege a corrupção no PS e corre o risco de ficar tão corrupto como ele.


Tuesday, June 15, 2010


Mota Amaral, presidente da Comissão de averiguação do Processo PT-TVI da Assembleia da República negou aos deputados o acesso aos extractos das gravações com José Sócrates e os outros intervenientes. Liquidou assim a capacidade de investigação dessa comissão sobre a eventual corrupção do actual Governo e do seu 1º ministro.

Aliado de Sócrates e do actual Governo? Parece que sim.

Cumplicidades antigas? Corrupções antigas comuns?

O que tem a dizer a isto Passos Coelho?


Sunday, June 13, 2010

Enriquecimento e domínio dos quadros do PS desde António Guterres.

Sempre me perguntei a mim próprio como António Guterres, com aquele ar mole, desmobilizador, moralista e amigo do laxismo, conseguiria convencer alguém e arranjar militantes.

Afinal foi à sua sombra que medrou outra espécie de gente: aqueles que arranjaram bons lugares e enriqueceram, num jogo de sombras de que era impossível estabelecer os contornos. Lugares arranjados sempre por confiança pessoal e política e nunca por concurso.

Esta política de nomeações vai até aos Directores de Serviço de muitos lugares técnicos, professores de Faculdades, e por aí a fora.

António Guterres ainda disfarçava. Com uma honestidade pessoal que ninguém contestou, deixou que à sua volta toda esta gente medrasse. Com José Sócrates todo este pessoal tomou directamente o poder.

Tomaram conta de praticamente todas as empresas públicas, municipais e participadas pelo Estado. Da Caixa Geral de Depósitos e do Millennium.

Tomaram conta dos meios de comunicação social, onde o Diário de Notícias e a TSF foram completamente neutralizadas, e se deu o grande assalto à TVI. Iam modificando Lisboa, com a terceira ponte e o Terminal de Alcântara.

Estiveram à beira de tomar o completamente o poder, como Chavez na Venezuela, ou como Berlusconi tenta em Itália.

Cercaram-se de pessoas ainda piores ou que de socialistas não têm nada.

São os novos ricos e os novos poderosos. Ganham com o país e mandam nele.

Contribuíram ainda mais para a neutralização e aviltamento da justiça, onde passou a bastar estar calado em tribunal para não se ser acusado. Os agentes de justiça parecem virgens imaculadas. Não podem tocar nos factos para não serem influenciados por eles.

Toda esta desordem faz de Portugal um país onde se torna difícil viver, ter dignidade e esperança.

Infelizmente o outro partido do poder (PSD) tem as mesmas tradições, a menos que mude agora.

Portugal necessita de uma governação inteligente e honesta que:

Rentabilize a Administração Pública e a torne transparente, honesta (escolhida por concursos excepto nos muito poucos casos em que é necessária a nomeação política)

Fomente as empresas, a agricultura e a pesca.

Invista onde somos geniais. No mar e no Ultramar.

Baseada neste suporte faça Portugal ombrear, com força e originalidade, com os países da União Europeia, de que fazemos parte.

Nada disto deve fazer-se de ânimo leve mas tudo previamente estudado e comparado com o que se faz lá fora.

Thursday, June 03, 2010

Exma Senhora Directora do jornal Publico

Lisboa, 3/6/2010

Custa a crer como comentadores e jornalistas que presumo democráticos como Jorge Almeida Fernandes e Helena Matos, têm ideias tão injustas sobre a actual agressão mortífera de Israel a militantes internacionais que iam entregar víveres e bens essenciais aos habitantes da Faixa de Gaza, aprisionados e sujeitos a necessidades tanto por israelitas como pelo governo do Egipto.

Não faz sentido nenhum chamar-se de fundamentalista e de terrorista ao governo democraticamente eleito do Hamas. Terá defeitos mas acredito que os Palestinianos têm adoptado, ao longo destes anos de martírio, uma consciência democrática evoluída e forte. Também não faz sentido confundir eventuais excessos de alguns grupos com o todo desta luta e com os seus dirigentes institucionais, sujeitos a assassinatos selectivos por Israel.

Reduzem tudo a uma luta de farsantes, a uma busca de imagens, agora bem sucedida para os apoiantes dos palestinianos.

Esta concepção cínica da história e da política esconde que o sionismo tem sido muito mais desumano e morto muito mais gente que o Apartheid, e que Israel se construiu e expande sobre a invasão de territórios antes ocupados por palestinianos e sua pertença legítima.

Esther Mucznik não me admira, porque funciona como uma defensora oficial do governo israelita e de todos os seus crimes.

A atitude de defesa das democracias ocidentais à politica israelita, com as suas presumíveis 300 ogivas nucleares, constitui um dos buracos mais negros destes regimes saídos da segunda guerra mundial.

Enquanto leitor do Público sou também um construtor desse jornal. Politicamente não sendo nem de esquerda nem de direita, antes defendendo sempre os direitos das populações oprimidas, julgo ser importante erguer cada vez mais a minha voz contra estes actos de violência e contra aqueles que os defendem e/ou branqueiam.

Venho por isto solicitar a publicação desta carta na secção Cartas ao Director.

 
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