Tuesday, March 31, 2009

O Papa e o Preservativo




É verdade que uma relação estável tem mais significado do que uma relação sexual casual (com preservativo). Mas não se opõem necessariamente uma à outra, nem uma exclui a outra.
O ser humano que o papa idealiza não é o homem de verdade. E muitas igrejas dedicam-se a criar objectivos inatingíveis para viverem depois à custa do permanente sentimento de culpa dos seus fiéis, nomeadamente no caso do preservativo.
Muitos sistemas morais são excessivamente rígidos (não é que os seus fundadores se importem com isso), excessivamente ambiciosos, impossíveis de atingir e, por causa disso vivem à base do sentimento de culpa dos ingénuos que acreditam neles, à custa de aldrabices e de pecados. Que seria de muitas religiões sem os pecados?
A igreja católica adora os sentimentos de culpa. Desde que as pessoas se vão confessar e manifestem arrependimento estão sempre perdoadas. Adora os sentimentos de culpa porque isso, de alguma maneira, perpetua o seu poder sobre as pessoas. Foi por causa disso que consentiu no seu seio, durante séculos, o crime inominável da pedofilia.

Para alguns padres o celibato e a ausência de relações sexuais estáveis é um sacrifício mas para outros não.
Não tenho nada contra a homossexualidade. Tenho contra a hipocrisia.
O fim do celibato dos padres e a exposição das suas preferências sexuais permitiria resolver muitos destes equívocos. Aqueles que são heterossexuais procurariam casar. Aqueles que são homossexuais procurariam um parceiro, ou vários, conforme entendessem, e aqueles que preferissem continuar em castidade, continuariam.
Seria de esperar que, também aqui, a igreja católica e o papa baixassem as exigências, passassem a tolerar o preservativo, o casamento dos padres e a prática sexual de cada um, adequada à sua maneira de ser, desde que isso não interferisse com direitos de terceiros.

democracia em Portugal


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Verde = livre Amarelo = parcialmente livre Azul = não-livre

Há muitos portugueses que consideram a democracia uma balda, que confundem democracia com cada um fazer aquilo que quer, e que consideram a ditadura o único sistema político realista para Portugal. Para eles as democracias são curtos períodos de descontrolo e de desregramento num país que tem que ser governado por regimes autoritários, inquisições e outros sistemas repressores.
Este grupo de portugueses são um grupo esquivo, recalcitrante, pouco ambicioso e com problemas de autoridade que, ou aceitam viver em ditadura ou consentem que a democracia seja um abuso permanente, da qual aspiram também a retirar um bocado.
A democracia portuguesa, por exemplo, amordaçou a justiça, e as leis permitem uma corrupção permanente.
A melhoria da administração e dos serviços públicos em Portugal só se fará com a reversão deste conceito. Por exemplo com auditorias sistemáticas e permanentes a todos os locais de trabalho, a qualquer hora do dia ou da noite, que reponham a funcionar um sistema podre, corrupto e caduco.
realmente, ou isto ou a ditadura.

Friday, March 27, 2009

Será o petróleo uma droga?



Será o petróleo uma droga? Uma espécie de droga social? É, pelo menos, como o álcool, um misto de alimento e droga.

"posso dizer-vos a verdade? Quer dizer, isto não é o telejornal, pois não? Eis o que penso que é a verdade: somos uns toxicodependentes dos combustíveis fósseis em estado de negação. E, tal e qual como os toxicodependentes que enfrentam um corte total, os nossos líderes estão agora a cometer crimes violentos para sacarem o bocadinho que resta daquilo em que estamos viciados" Kurt Vonnegut, 2005.

O tempo das sociedades desenhadas a régua e esquadro e das soluções de esquerda e de direita passou.
Não me interessa o enfoque em soluções de esquerda e de direita mas sim a criação de um sistema económico pujante que trate bem das pessoas. O partido que me apresentar isso melhor é aquele em quem eu vou votar.
Também não gosto de votos em branco. Para votar em branco fico em casa.

Tuesday, March 24, 2009

Hipergarantismo e maioria absoluta

Há dois temas que me preocupam, da leitura da última edição do Sol:

Um é imaginar-se que vamos ter outra maioria absoluta de Sócrates, por uma questão de falta de alternativas para a política Portuguesa (Política a Sério, de José António Saraiva).
A mim o que me incomoda no actual governo e no PS é a corrupção, o conluio com os privados sem concursos, a captura do aparelho de estado, das empresas públicas e da economia portuguesa por este partido, e o imperialismo patente em todos os seus comportamentos.
O meu ponto de não retorno com José Sócrates foi quando ele entregou, sem concurso nem esclarecimento à população, o porto de Lisboa à Mota Engil de Jorge Coelho, num empreendimento que vai alterar completamente a cidade de Lisboa, as suas redes viárias, a sua configuração e usos.
Não é o Bloco de esquerda nem Alegre que nos fazem falta, mas um partido mais ao centro, com práticas de justiça social, de anti-corrupção e de emagrecimento do Aparelho de Estado e da burocracia.


Outro tema de preocupação é a entrevista com Maria José Morgado, que afirma que o sistema judicial português “é hipergarantístico. Até a última reforma penal privilegia as garantias de defesa em detrimento do direito de punir”.

Já o sabíamos, mas é bom ouvir uma voz corajosa dizer o mesmo.

Tuesday, March 17, 2009

Belém do Pará e o rio Guajará.
Um dos locais mais interessantes do Brasil. Porta de entrada para o Amazonas. Um rio que parece o mar. Pouco turística. Um Brasil diferente

Monday, March 16, 2009

Olhem, temos outro Freeport! (com adenda)

retirado do blogue ESTRAGO DA NAÇÃO, com agradecimentos ao autor


Olhem, temos outro Freeport! (com adenda)

Anuncia-se, no Diário de Notícias, que «as antigas instalações agrícolas do Cabo da Lezíria, junto à ponte Marechal Carmona, em Vila Franca de Xira, vão transformar-se num empreendimento turístico dedicado à temática equestre e taurina, num investimento entre dez milhões e 12 milhões de euros». A iniciativa é de uma empresa que assinou um protocolo com a Companhia das Lezírias, como se sabe empresa estatal dedicada à agricultura. Contudo, de equestre e taurina, isto pouco tem. Na verdade, touros e cavalos devemos ser todos nós, porque o dito empreendimento será afinal constituído por «áreas comerciais, três restaurantes, um hotel com 45 quartos, arena, centro equestre, um pavilhão polivalente, jogos de água, jardins e zonas de sequeiro, entre outros equipamentos», conforme diz a notícia. Tudo em 22 hectares.

Ora, pasmado com isto, e pelo que conheço da zona, fui ver o estudo de impacte ambiental que está em consulta pública até 8 de Abril. E eis que a zona onde se pretende instalar o projecto, com um total de 22 hectares, integra a Rede Natura, é Reserva Ecológica Nacional, Reserva Agrícola Nacional e tem franjas do Domínio Público Hídrico. Ou seja, melhor zona para proibir qualquer construção - e ainda mais numa fase em que tanto precisamos de agricultura para atravessar melhor a crise - não se deve encontrar.

Porém, a Companhia das Lezíria já fez um acordo - cujos contornos desconheço - com uma entidade privada para lhe ceder estes terrenos agrícolas, que são públicos. E mais ainda: se este acordo existe, feito por uma entidade pública, por certo já existirão garantias de que haja «luz verde» para aprovação do estudo de impacte ambiental. Em suma, este caso afigura-se-me ainda mais escandaloso, caso seja aprovado, do que o Freeport. E não me venham dizer que não existe dinheiro misturado nisto.

Nota: Sempre que me recordo do silêncio de João Ferrão, secretário de Estado do Ordenamento do Território, em torno destes atropelos aos mais elementares princípios do ordenamento do território imagino também o que pensará disto o Dr. João Ferrão, investigador do Instituto de Ciências Sociais, que há uns anos era uma das mais conceituadas personalidades em ordenamento do território.

Adenda: Numa pesquisa breve, descobri que este projecto já teve «aprovação» na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira ao ser votado como de interesse público em reunião realizada em 13 de Setembro de 2006.

Comentário: AnaPê disse...
Mas isto está tudo interligado: logística (lezíria park)/Logic/Teixeira Duarte, etc... Pergunto a mim mesmo como vai o movimento de cidadania: http://www.xiradania.org/

Wednesday, March 11, 2009

O Autoritarismo de Sócrates


O Socratistão é pior do que o Cavaquistão, porque os tempos mudaram e, na, área do PS temos assistido a uma apropriação do aparelho de estado, da banca, das empresas públicas e das privadas que com elas negoceiam, muito maior e mais metódica do que no tempo de Cavaco.

Sócrates encarna bem este sistema. O homem dos projectos de casas que provavelmente nunca viu, da licenciatura na universidade moderna, do caso Freeport, ao mesmo tempo pragmático, inculto e impiedoso.

As principais figuras do PS: Vitorino, Jorge Coelho, Armando Vara, Murteira Nabo, foram e são especialistas nestas operações.

Ainda por cima a excepção de estudos de impacto ambiental, a excepção de concursos e os Projectos ditos estruturantes, PIN, favorecem legalmente toda esta invasão do aparelho produtivo português por figuras da área do PS.

Este mandato governativo ilustra bem tudo isto. A princípio praticou-se uma degradação de qualidade e repressão nos professores, na saúde, nas reformas, na função pública. Ausência de combate à corrupção, negócios e compradios; e depois, como se via que se perdia a maioria absoluta, mudou-se um pouco para não descontentar demais a população.

Muitas destas reformas seriam necessárias. Mas a forma como se fizeram foi degradante e humilhante para muitos dos visados. Atacou-se o povo e não os indevidamente privilegiados.

E vem aí mais repressão. Hoje já toda a gente tem medo e pensa duas vezes no que diz, e se houver maioria absoluta será muito pior.

Existe um problema a nível de alternativas. O Bloco de Esquerda tem dois óbices graves: o discurso tipo os ricos que paguem a crise, e a legalização das drogas.

Preferia um partido com ideias estruturais de aperfeiçoamento e melhoria do sistema económico e político actual. Não existe ainda.

As medidas a tomar são simples: menos poder de estado. Selecção dos dirigentes por concursos e não por nomeação governamental, os gestores das empresas públicas não ganharem mais do que um Secretário de Estado.

Se Sócrates ganhar, sobretudo com maioria absoluta, o que vem aí? Mais favorecimentos, mais trafulhices, mais conluios antidemocráticos.

Talvez se imponha uma solução presidencialista, como Medina Carreira defende.


Sunday, March 08, 2009

Sahar Vardi, 18 anos, 4 vezes presa por não querer fazer a guerra



Este foi o título da notícia do Público de Sábado

Em
www.gilasvirsky.com/shministim.html
vem a notícia seguinte:


Sahar Vardi:
I have been to the occupied Palestinian territory many times, and even though I realize that the soldier at the checkpoint is not responsible for the wretched policy of the oppressor toward civilians, I am unable to exempt that soldier of responsibility for his conduct ... I mean the human responsibility of not causing suffering to another human being.

The bloody times in which I live (assassinations, aggression, bombings, shootings) result in increasing numbers of victims on both sides. It is a vicious circle that emanates from the fact that both sides elect to engage in violence. This choice I refuse to take part in.

Wednesday, March 04, 2009



Criança Assurini (tribo amazónica)

Várias

Noam Chomsky, aos 80 anos, entrevistado pela revista brasileira ISTOÉ, de hoje, e em vias de publicar um livro sobre o assunto, diz que os Estados Unidos são um país com um défice democrático; que Barack Obama tem, no Afeganistão e Paquistão, políticas mais à direita do que o Presidente Bush. e que se rodeou de gente de Direita.

Sobre Gaza reafirma que o seu estrangulamento foi obra dos Estados Unidos e de Israel, apoiados pela União Europeia, desde que o povo de Gaza votou democraticamente os seus dirigentes (em Gaza, e na Argélia, os Estados Unidos e a Europa não gostaram dos resultados das eleições livres) …

Ele diz textualmente que: “quanto à questão de Israel e da Palestina, Obama já deixou bem claro que não tem a intenção de chegar a um acordo. Em sua primeira declaração sobre política internacional, afirmou que a responsabilidade primária dos Estados Unidos é proteger a segurança de Israel, e não a dos palestinianos, que são os que precisam de protecção.”

Diz que a América do Sul, onde governam Hugo Chavez, Evo Morales e Lula da Silva, é, neste momento, a região mais interessante do mundo, do ponto de vista da evolução sócio-económica e política.

Concordo com o essencial do que disse. Mas acho que, em relação a Obama, a base social que o elegeu não aceitará de novo no médio oriente a continuação da política imperialista de Bush.

Outra notícia: A igreja católica brasileira proibiu o padre e deputado federal brasileiro Luís Couto, de exercer o sacerdócio. Isto porque o padre defendeu o uso do preservativo, o fim da intolerância contra homossexuais e criticou o celibato.
O Padre Luís Couto recebe ameaças de morte devido às suas posições políticas e não é devidamente protegido pelas forças policiais da região.

Os perigos do aquecimento local: zonas no interior das cidades com muito cimento, de solo impermeabilizado e densamente habitadas chegam a aquecer até 12 graus mais do que o ambiente circundante, originando chuvas e tempestades locais. Foi o que aconteceu recentemente em São Paulo, no Brasil, e que contribuiu para cheias gigantescas. Em Lisboa parece-me necessário desenterrar algumas ribeiras e regatos, para criar espaços paisagísticos e devolver alguma permeabilidade aos solos da capital.

A maior lavandaria de fortunas do mundo; a Suíça, vai ter de revelar os seus segredos.

Ainda ninguém se lembrou de dizer claramente isto: a crise económica mundial é também uma gigantesca crise política, uma falência do sistema actual, que vai exigir maior supervisão da actividade económica, social e política por parte dos governos de cada país, também eles profundamente modificados.

A perversão da verdade: na legislação portuguesa, uma escuta só é meio de prova se tiver sido autorizada por um juiz. Os códigos judiciais do futuro vão ter de alargar este conceito, e de ampliar a validade da delação, e de medidas que aqui se chamam de incitamento ao crime; como acontece já no sistema judicial americano. Por exemplo, colocar crianças a comprar álcool, sob vigilância de um polícia que multasse logo e caçasse logo as licenças de vendas.
É necessário alargar o conceito de prova e o conceito de auditoria.
 
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