Saturday, December 31, 2011

Pensamentos de fim de Ano


Auditorias
Quando se fazem auditorias ao modo como se desbaratou dinheiro nos últimos 10 ou 20 anos, de modo a averiguar e punir os responsáveis, quando necessário?
Quando se faz uma auditoria à atividade da Santa Inquisição em Portugal, com catalogação e musealização de algos espaços utilizados para esta atividade?

A oportunidade perdida do IDT

Podemos dizer que o IDT falhou na Prevenção do consumo excessivo de álcool.
Queixam-se que os jovens bebem muito álcool mas foram eles próprios, João Goulão e Manuel Cardoso que se aliaram em toda a linha com as produtoras e desistiram de combater, por exemplo, os 16 anos como idade mínima para permitir o consumo de álcool.
Além disso o IDT financiava Comunidades Terapêuticas sem qualquer critério, nem de duração nem de qualidade do tratamento.

Vitalino Canas, deputado socialista da colheita de António Guterres e Sócrates, e consultor remunerado das Fundações Aga Khan e Stanley Ho, desbaratou fortunas com o IDT sem qualquer resultado prático e ajudou a liquidar as oportunidades da criação de uma rede nacional de alcoologia e de tratamento do álcool.

Ainda bem que estes dirigentes foram removidos e que se poderá fazer alguma coisa de melhor no tratamento de Álcool e Drogas.

Pensamentos de fim de Ano


Celibato dos padres
Se acabasse o celibato dos padres e as mulheres fossem admitidas no sacerdócio, em igualdade com os homens, acabaria toda a vida sexual clandestina e diminuiria fortemente, a pedofilia e o sexo com adolescentes na igreja.

Sunday, December 18, 2011

Sunday, December 11, 2011

Essa China que nos asfixia lentamente

Por Eduardo Oliveira Silva, publicado no I em 7 Dez 2011


“Deixem dormir a China porque, quando ela acordar, o mundo irá tremer.” Atribuída a Napoleão Bonaparte, a frase não poderia ter sido mais certeira e premonitória.


De facto, mais valia, na nossa perspectiva europeia, que o gigante continuasse adormecido. O problema é que acordou mesmo e com uma energia frenética. Frenética e perigosa.


Vamos por partes. O que parecia uma coisa simpática que nos mandava lojas dos 300 e pechinchas tornou-nos dependentes de tudo e mais alguma coisa: roupas, têxteis em geral, equipamentos de desporto, electrónica, informática, motos, automóveis e camiões. Falta, por enquanto, a aeronáutica, essa última grande indústria da Europa e dos EUA e pouco mais.


Toda esta produção foi feita sem o menor respeito pelas leis de trabalho, da concorrência, do ambiente e, claro está, assentou num modelo antidemocrático e de exploração humana da Idade Média.


O acumular de riqueza que esta estratégia permitiu levou a que os chineses passassem à fase seguinte com grande eficácia: oferecer a África um conjunto de facilidades de construção (de má qualidade, por sinal) a troco do saque das suas matérias-primas e recursos naturais.


Acto contínuo, veio a fase da internacionalização chinesa com base na riqueza acumulada. Toca a comprar tudo o que estiver à venda na velha e decrépita Europa e no mundo em geral: logística, empresas portuárias, companhias de conhecimento e científicas – algumas ligadas, obviamente, à defesa –, ensaiando, ainda com resultados fracos, o concurso em “dumping” a certas obras públicas.


No cabaz das compras estão, naturalmente, companhias de Estado, aproveitando uma coisa a que por cá se chama privatizações (o que não deixa de ter graça quando se sabe que quem compra são, em muitos casos, empresas de Estados nada democráticos). Como se não bastasse, os “amigos” asiáticos arranjaram, ainda por cima, uma forma de fazer baixar o preço desses “petiscos económicos” ao inventar também uma empresa de rating (igualmente controlada pelo Estado) que passou a dar notas e outlooks negativos que contribuem para degradar o contexto económico. Se é certo que a agência ainda não domina o mercado, o facto é que já o influencia.


Olhar para esta estratégia como se ela não tivesse por detrás uma superpotência com um desígnio mundial, assente num regime ditatorial e com um enorme poderio militar e uma história baseada em pretensões imperialistas, é tapar o sol com uma peneira.


A China é uma potência com uma política multinacional imperialista. O Ocidente ainda vai a tempo de evitar o alargamento dessa influência, exigindo ao governo de Pequim que cumpra regras de concorrência leal, que respeite tratados mundiais e direitos democráticos e que instaure um regime social digno desse nome.


Sem essas bases, bem podem a Europa e os EUA injectar o dinheiro que quiserem e imprimir as notas que puderem que a questão substancial se manterá e as suas economias irão definhando inexoravelmente.


Já agora, fica dito que não vale a pena contra-argumentar com o Brasil e a Índia porque esses países fazem uma grande diferença da China: não querem dominar o planeta e têm regras democráticas, ou pré-democráticas como a Rússia


Numa escala global, pode concluir- -se que o mundo está hoje melhor e que mais gente vive melhor do que há 20 ou 30 anos.


Certamente, mas nós, ocidentais, estamos do lado que está a empobrecer e temos de preservar o Estado social que construímos em muitas dezenas de anos e que constitui a marca fundamental da nossa civilização.


Tratar da relação com a China é, pois, mais importante do que qualquer cimeira europeia, como se verá…


Nota – Tirando os industriais da panificação, quantos industriais, donos de fábricas ou de fabriquetas o leitor conhece? Um? Dois? Muito bem. Tem sorte, porque a maioria das pessoas, hoje em dia, não conhece nenhum. Em contrapartida, conhece advogados, psicólogos, sociólogos, politólogos, jornalistas (muitos), economistas, gestores, analistas, informáticos, engenheiros de ambiente, comerciantes de bens importados, técnicos disto e daquilo. Certamente que muitos dos males de que nos queixamos hoje têm que ver directamente com esta situação. Afinal quem produz ?


Jornalista. Escreve às quartas-feiras


Islândia. Crescimento económico triplica em relação à UE em 2012

Por Joana Azevedo Viana, publicado no I em 28 Nov 2011 - 03:01 | Actualizado há 1 semana 6 dias




Em 2008, quando a falência de grandes instituições financeiras dos EUA arrastou bancos e países para crises da dívida pública sem precedentes, a Islândia fazia parte desta lista. Agora, quatro anos passados, o país apresenta ao mundo um crescimento económico notável.

De acordo com estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), a Islândia vai fechar 2011 com um crescimento do PIB de 2,5%, prevendo-se novo crescimento de 2,5% para 2012 – números que representam quase o triplo do crescimento económico de todos os Estados-membros da União Europeia – que em 2011 ficarão pelos 1,6% e que descerão para os 1,1% em 2012. A taxa de desemprego no país vai ainda descer para os 6%, contra os actuais 9,9% da zona euro.

Contra factos não há argumentos e nem as agências de rating conseguem ignorar os efeitos positivos das decisões políticas. "A economia da Islândia está a recuperar das falhas sistemáticas dos seus três maiores bancos e voltou a um crescimento positivo depois de dois anos de contracção severa", disse esta semana a Standard & Poor’s, depois de ter subido o rating do país para BBB/A-3 (a Fitch mantém a Islândia com rating "lixo").

Das consecutivas decisões que o país foi tomando – e que continua a tomar – desde 2008 que não há vítimas a registar, a não ser os banqueiros e políticos que levaram à crise da dívida pública. No rescaldo do colapso financeiro, a população compreendeu rapidamente que também tinha a sua quota parte de culpa na iminente bancarrota e preparou-se para apertar o cinto. Mas não da forma como os Estados-membros da UE o têm feito: consecutiva e sem resultados à vista.

A nacionalização dos três grandes bancos islandeses no rescaldo do seu colapso por pressão popular em 2008 e a queda do governo conservador abriu caminho à recuperação. O país continua a pagar o resgate de 2,1 mil milhões do FMI mas esse valor não impede o crescimento económico, potenciado ainda por medidas como a criação de uma comissão constituinte de cidadãos sem filiação partidária que agora é consultada em quase todas as decisões políticas e pela contínua busca e julgamento dos responsáveis pelo estalar da crise. Resultado: para além dos números já avançados, está previsto um crescimento de 2,7% do PIB islandês em 2013.

Saturday, November 19, 2011

Sobre as sociedades secretas:Opus Dei e maçonaria

Ou discretas demais.
Os seus membros devem ser tratados nos concursos e nomeações como se fossem membros de uma família (não nomear familiares para determinado cargo, abster-se de decisões que envolvam familiares, conflitos de interesses, etc).

Sunday, November 06, 2011

A crise mundial

Os líderes dos Estados Unidos e da Europa enterram ainda mais a situação económica destes países, ao permitirem offshores e ao salvarem bancos como o BPN, verdadeiros casos de polícia.
É necessário que apareça uma força política, não comprometida com o comunismo ou com Bloco de Esquerda, da área democrática, tal como aconteceu na Islândia, que acabe com este estado de coisas.

Israel quer atacar o Irão

O Irão não é nenhuma democracia mas duvido que consiga fabricar armas nucleares. Os seus líderes têm tido também uma atitude provocadora e meio suicida, destinada a apaziguar tensões internas e a legitimar-se no poder.
Ao atacar o Irão Israel desvia as atenções da Primavera Árabe e faz com que fique tudo de novo como dantes, com os velhos caciques a reinar.
Manterá também Amadinejad por mais tempo no poder.
Oficializa também a sua política de construção de colonatos por todo o lado, com oficialização da destruição da Palestina.
Os Estados Unidos ea Europa, especialistas em dar tiros no pé, endividados por todo o lado, vão provavelmente caucionar mais esta agressão armada, que os fará enterrar ainda mais e aumentar o ódio que lhes votam estes povos.

Saturday, October 29, 2011

Corrupção e Dilma


O Brasil é fértil em corrupção e atropelo aos direitos humanos.
A abundância relativa que conseguiu nos últimos anos, graças em parte à descoberta das jazidas de petróleo, pode ser rapidamente anulada por um crescimento enorme dos funcionários públicos e do Aparelho Federal e dos Estados.
Dilma Roussef já vai no despedimento do seu 8º ministro suspeito. Tem sido uma lutadora incansável. Merece poder continuar o seu trabalho.

Sunday, September 25, 2011

Actualidade e geração de 60

 Houve hoje dois acontecimentos de grande importância: a manifestação dos indignados na Madeira e a manifestação contra a ditadura de José Eduardo dos Santos em Luanda.

 Houve também o comentário de Vasco Pulido Valente no Público, que considera a geração de 60 uma geração perdida.

 Eu sou da Geração de 60. Vivi nessa década dos 12 aos 22 anos e lamento ter estado intoxicado com ideias comunistas durante a minha juventude. Mas a falta de informação em Portugal era tão grande, e o desastre do mundo dito Capitalista tão evidente, após a tentativa do imperialismo alemão de dominar o mundo, que conduziu à segunda Guerra mundial, que o bloco comunista surgia como a única alternativa de governo e de sociedade em Portugal.

 Então a política ainda se fazia de régua e esquadro, e os amanhãs ainda cantavam. E os movimentos extremistas eram os únicos que se mexiam em Portugal.

 Com a vinda do 25 de Abril e com a tendência dos portugueses para o compromisso e o desenrasca a gente honesta foi desertando da política e a democracia ficou entregue a políticos desonestos, comprometidos, de vistas curtas e perigosos, que tornaram possível  a catástrofe atual.

 Será ainda possível inverter este estado de coisas?

 Como elemento desta geração realizei a maior parte do meu trabalho na medicina, mas ainda gostaria de dar um contributo novo e original para que a nossa sociedade avance.

Saturday, September 10, 2011

Camões, os Lusíadas, canto Primeiro

Ó grandes e gravíssimos perigos,
Ó caminho de vida nunca certo,
Que aonde a gente põe sua esperança
Tenha a vida tão pouca segurança!

No mar tanta tormenta e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade avorrecida!
Onde pode acolher -se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?

Wednesday, September 07, 2011

Transplantes


Afinal de contas quais são os incentivos aos transplantes e como são usados?
Não foi divulgado, e toda esta polémica se passa sem que se saiba qual é este valor, como é formado e distribuído.
E não valeria a pena apoiar igualmente outros profissionais e especialidades inovadoras e corajosas?

Monday, September 05, 2011

Mais uma vez, António Barreto

http://www.publico.pt, de 2011-09-03
O sociólogo António Barreto defendeu hoje uma nova Constituição para Portugal, aprovada pela primeira vez com um referendo popular e após um debate que envolva toda a sociedade. Pede, acima de tudo, uma Constituição “de princípios universais e permanentes”.

Numa intervenção na Universidade de Verão do PSD, que amanhã termina em Castelo de Vide, Barreto considerou mesmo a revisão da carta magna do país uma “tarefa muito urgente”.
“A revisão constitucional, ou a refundação da Constituição, ou a elaboração de uma nova Constituição é uma tarefa muito urgente, muito séria e que não deve ser feita como no passado”, disse aos alunos sociais-democratas.
Barreto alegou que os tempos de crise não são impeditivos de uma revisão da Constituição, lembrando que a de 1976 foi feita durante a maior crise que Portugal já viveu. “E foi essa Constituição que ajudou a resolver a crise”, acrescentou.
Barreto não crê que a actual Constituição seja a causa dos problemas de Portugal, mas afirma não ter dúvidas que impede o país “de encontrar melhores soluções”. “Defendo uma nova Constituição, cuja estrutura, essência, dimensão, linguagem, propósito sejam muito diferentes da actual”.
O presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos enumerou os argumentos que considera fundamentais para a mudança da carta magna do país. O primeiro prende-se com o facto de “haver muita gente que se queixa da Constituição” e desta estar “sempre a ser evocada a bem e a mal, estar sempre a ser posta em causa”.
Também, a actual Constituição impede políticas e reformas. “Impede a procura livre de soluções para muitos dos nossos problemas”, disse Barreto.
A “carga ideológica” da Constituição é outro dos argumentos – o que, segundo Barreto, “obriga a políticas concretas, contrárias à vontade do soberano” eleito.
O facto de condicionar “excessivamente o Parlamento e o Governo, o legislador e as novas gerações” e de transformar “muito frequentemente os debates políticos em ‘a favor’ ou ‘contra’ a Constituição”, em vez de “se discutirem os méritos da proposta A ou B”, foram outros dos argumentos defendidos pelo sociólogo.
Por fim, acrescentou “que todas as gerações têm o direito de rever a Constituição, sobretudo quando é muito política ou programática”.
Quanto ao método de revisão, António Barreto propõe que o Governo e a Assembleia da República “digam ao povo o que pretendem” e que seja criada uma comissão de debate sobre a Constituição, com um mandato de uma ano e aberta a toda a sociedade. “Que ninguém diga ‘não tenho nada a ver com isso’”, afirmou. Tal debate terminaria com um referendo, “em que, pela primeira vez, os portugueses digam ‘sim’ ou ‘não’ à Constituição”.
Barreto considerou ainda que a actual Constituição é “super-defensiva” e “cheia de ratoeiras”. Mas o principal defeito, acrescentou, “o mais importante defeito”, é que “diminui a liberdade dos cidadãos e dos seus representantes”.
“Obriga as gerações actuais e futuras a aceitarem decisões de gerações anteriores e limita a liberdade de escolha e decisão dos governos e dos parlamentos para traçarem as políticas correntes”, disse António Barreto. “A maior parte da Constituição não é feita de princípios universais e permanentes, é feita de orientações tácticas e estratégicas a curto prazo e de circunstâncias”, explicou.
Direitos universais

Barreto quer uma Constituição escrita para os cidadãos “que acabe com a fragmentação dos direitos”: “Há mais direitos parcelares que universais. Os direitos das mulheres são às centenas, os dos jovens às dezenas, os direitos das crianças são diferentes dos direitos dos jovens, os direitos dos trabalhadores são centenas, os direitos dos deficientes, dos artistas, dos imigrantes. Isto não é uma Constituição é um programa político. A Constituição define direitos universais, não importa que seja homem ou mulher.”
Renovar a representação popular é outro dos objectivos que a nova Constituição deveria conter, “nomeadamente recriar um sistema eleitoral que não exclua cidadãos”. “A Constituição excluiu nove milhões de portugueses que não se podem candidatar a eleições”, afirma.
Barreto diz que não quer um parlamento de independentes, mas diz que “se dez milhões têm o direito a eleger, os mesmos dez milhões deveriam ter direito a ser eleitos”. Até porque acredita que, quando for possível haver candidaturas independentes, que essas candidaturas criariam “racionalidade às decisões”. Ou seja, “quando os partidos políticos se sentirem ameaçados” por candidaturas independentes vão escolher melhor os seus candidatos.
Reformar a Constituição judiciária é outra das propostas de António Barreto, considerando que a justiça “é o pior problema de Portugal”. E deu alguns exemplos do que, nesta matéria, devia ser revisto: “Evitar que o presidente do Supremo [Tribunal de Justiça] seja o presidente do Conselho Superior [de Magistratura]; eliminar os três conselhos superiores e fazer um só e retirar poderes ao Conselho Superior.”

“Em Portugal criou-se um vício semântico e político: em nome da independência do juiz quando julga, principio que eu reputo quase sagrado, criou-se a independência em auto-gestão dos juízes. E isso é inaceitável. Se os juízes são órgãos de soberania como alguns pretendem ser, têm de respeitar o soberano. E o soberano é o povo”, salientou.
Manifestou-se também contra o movimento sindical dos juízes que deveria “ser inibido”: “Os militares são inibidos do direito sindical e ninguém grita. Os juízes também o deveriam ser.”
O sociólogo diz que pretende “um debate sereno, profundo, racional sobre a Constituição, durante meses e não de supetão. Quem fizer este debate, que o faça sabendo que o povo está à escuta”.
 
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