Friday, September 29, 2006



Fui, pela segunda vez, ver o filme de Al Gore, uma verdade inconveniente, que nos propõe um modo alternativo de vida, conforme muito bem nos diz Miguel Queiró, e não só ganhar as eleições contra ao amigos de Bush. Recomendo a todos!
Será este pelicano fotografado por mim no estuário do Sado mais uma prova do aquecimento global?

Tuesday, September 26, 2006

Um Governo moderno precisa de

  • Uma metodologia anti-corrupção
  • Uma metodologia para compreensão daquilo que se passa na sociedade . De facto, os governantes estão muito separados do povo, mesmo que não queiram, e precisam vencer esse hiato para conhecerem melhor a realidade que os cerca.

e a sua coluna dorsal deve ser servir as pessoas de uma forma como até aqui nunca ninguém fez
Servir as pessoas, a nível nacional e internacional, nomeadamente, por exemplo, a nível da Palestina, do conflito Israelo-árabe, da ausência de agressão contra o Irão, etc.

Saturday, September 23, 2006


Este é um pelicano, uma ave africana no estuário do Sado, fotografada a 16 de Setembro de 2006. Mais uma prova do aquecimento global? Como é que uma ave tão grande conseguiu chegar até aqui?

Monday, September 18, 2006



Quero dar os Parabéns a Isabel do Carmo pela sua esclarecida intervenção no Público de Hoje. Revela coragem, e até moderação

Retirei a sua intervenção do blog de Raimundo Narciso, e não resisto a transcrevê-la na íntegra

2006-09-18

Isabel do Carmo, Israel e Palestina

Resposta a António Melo, Victor Ramos e António Monteiro Pais.Público 2006-09-18

Agumas das reacções suscitadas pelas minhas tomadas de posição relativas àguerra Israel-Líbano revestiram-se dum tom emotivo, que em nada interessa ao esclarecimento das questões e que muitas vezes deturpou ou inverteu mesmo o sentido do que eu disse. O respeito que me merecem alguns dos intervenientes e a importância que eu penso que a situação do Médio Oriente representa para o Mundo, levam-me a responder.

1.Sou médica e não historiadora como foi comentado por um dos intervenientes. O facto de ser médica não me impede, antes me obriga, a não estar fechada para o Mundo e a ter acesso aos livros de História e outras fontes de informação que todas as pessoas têm, se quiserem. Para além de ser médica tenho responsabilidades em relação ao meu passado que tenciono cumprir, informando-me e tomando posição.

2. Relativamente a raças, racismo e racistas, considero, de acordo com as posições teóricas de geneticistas e epidemiologistas actuais, que não há raças humanas, há grupos étnicos que podem ter características, aliás superficiais comuns e comunidades com características culturais também comuns. A espécie humana, sobreviveu graças a cruzamentos sucessivos (cito toda a bibliografia do Professor Jean Bernnard, ex-presidente da Comissão Nacional de Ética em França) falecido há poucos anos, nomeadamente seu livro L’Histoire du sang) Todos viemos de todo os lado. Aquilo que se transforma em racismo é geralmente consequência de grupos dominantes sob o ponto de vista económico, social e político que exercem esse domínio sobre grupos dominados em relação aos quais os primeiros encontram características distintivas.

3. Mais uma vez se cai no erro, nuns propositado, noutros resultado de eventual confusão, de se considerar que anti-sionista é o mesmo que anti-semita.Anti-sionista é ser crítico da formação de uma pátria judaica constituída sobre território de outros povos. Anti-semita é ser contra os semitas, neste caso a comunidade judaica embora a designação semita deva abranger outras populações do Médio Oriente. Há judeus, membros da comunidade judaica, e mesmo nascidos em Israel, que são anti sionistas. A acusação de “anti-semita” e “racista” a quem critica o Estado de Israel (como faz António Meio em relação a mim) é uma forma de colar o crítico de Israel às posições “anti-semitas” que levaram ao horror da II Guerra Mundial, que ainda hoje é difícil sequer de perceber. Que A.M. diga que por crítica de Israel sou “racista” desgosta-me, porque quero pensar que resulta de uma verdadeira falta de comunicação. Repito o que escrevi: “Raça judia só houve para os nazis, não há narizes, nem crânios típicos dos judeus, são análises grosseiras superficiais”, e mais adiante: “É pena que a comunidade judaica que se poderia orgulhar de uma cultura tão importante na Europa, com pensadores determinantes na nossa história (..) se volte para o mito sionista.” Isto é “racismo”, António Meio? Isto é “um incitamento ao racismo e à violência”, “ água suja”, “um incitamento racista, a ressumar ódio anti-semita”? Evito ficar indignada porque isto atinge de facto a minha honra, mas fico perplexa, sem perceber sequer o que pode ocasionar esta tresleitura. Falaremos a mesma língua? Claro que o tema e a questão das comunidades culturais seria muito interessante de discutir, com calma e bons modos. Ora a minha admiração pela capacidade de resistência judaica e pelos fenómenos intelectuais da sua cultura eo meu respeito pela memória inapagável dos horrores da Inquisição e do Holocausto não me obrigam, não me poderão obrigar, a aceitar o sionismo ou a desculpar que as vítimas se transformem em vitimadores. E lembro que isso pode ser usado como uma chantagem moral.

4. Relativamente aos tempos de criação dos reinos de Judá e Israel e à evocação bíblica do leitor Victor Ramos, lembro que o Antigo Testamento é o registo escrito duma epopeia, tornado sagrado pelas três religiões monoteístas, mas não é um livro de História. Para consulta dos fundamentos arqueológicos, científicos, da época correspondente evoco, entre outros autores insuspeitos, o livrode Israel Finkelstein do Instituto de Arqueologia da Universidade de Telavive e de Neil Asher Silberman, director histórico no ENAME Center for Publie Archeologie , and Heritage Presentation da Bélgica (Bibie Unearthed, Nova lorque 2001, ou a tradução francesa La bible déuoilé, 2002).

5. Quanto à fundação de Israel em 1948, de facto, tal como diz AM, o primeiro país a reconhecer o Estado foi a URSS. Acrescento que também um dos primeiros países a ajudar foi a Checoslováquia. Mas percebemos hoje os interesses geoestratégicos (que não ideológicos) na zona. Já anteriormente os britânicos acautelavam os seus interesses, pois na declaração Balfour de 1917, este escrevia a Lord Rotbschikl, representante da comunidade judaica britânica “0 Governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estahelecimento na Palestinade um lar nacional para o povo judeu.” A ”protecção” britânica do Canal do Suez e em seguida os interesses do petróleo foram ditando a sua posição na zona.

6.0 sionismo, tal como foi sonhado pelo seu fundador, Herzl, no século XIX (Theodor Herzl, L’État des Juifs, 1989) não tinha a ver com o que é hoje. Como comunidade a instalar chegaram a ser postas as hipóteses da Argentina e de Moçambique. Foi projecto à boa maneira das utopias socialistas do século XLX tendo algumas sido levadas à prática, com evoluções diversas. O Estado de Israel de 1948, fundado também por socialistas e como diz A.M., evoluiu logo no primeiro ano para a maior das distorções quando do Plano de Partilha de 1947 estava escrito que existiriam dois Estados (o árabe e o judaico) e que “haveria um regime internacional especial para a cidade de Jerusalém”, (texto das resoluções de 1947) tendo sido estabelecidas as respectivas fronteiras. O Estado árabe não chegou a ser constituído, porque se iniciou imediatamente a expansão de Israel que, de 1948 a 1949 passou dos 14 mil km2 que me estavam atribuídos para 21 mil km2. Para tal sucederam-se massacres de aldeias e expulsão dos árabes, que constituíam o dobro da população. Para o conhecimento do que foi esta expulsão evoca-se toda a investigação e obras da corrente também insuspeita chamada dos “nossos historiadores” de Israel, muito conhecidos nos meios académicos do países europeus. Trata-se por exemplo de Benny Morris, The Birth of the Palestinian Refugee Problem, 1947-1949, Cambridge, 1987, ou para uma leitura de conjunto, Dominique Vidal, Le Péché Originel d’Israel” L’expulsion dês Palestiniens Revisitée par les “Noveaux Hisloriens”, israeliens, 2002. Mas claro que estas referências não aparecem na divulgação habitual e muito menos no nosso país Depois disto vieram os 97 mil milhões de dólares de ajuda dos EUA, desde 1948. E está tudo dito. As expansões continuaram.

7. Quando digo que o “Estado de Israel é uma situação de facto”, frase que AM. critica, significa isso mesmo- está e não penso que acabar com ele seja a solução. Mas penso que a Palestina também tem que ser um facto, as fronteiras estabelecidas (resolução 242 da ONU, de 1967) têm que ser respeitadas. O Estado da Palestina também tem que existir. Citando as palavras do Professor Leibovitz, mais uma vez insuspeito: “0 facto fundamental, para lá da ideologia, da teoria e da fé, é que este país pertence a dois povos. Cada um deles está no seu íntimo profundamente consciente de que este país é o seu. Dito de outro modo, a nossa opção tem de ser ou pela partilha ou pela guerra total” (Joseph Ãlgazy, La Mauvaise conscience d’Israel. Entretiens avec Yeshayahon, Leibovitz, 1994).

8. Finalmente, será que temos que escolher entre a cólera e a peste, teremos que ficar encurralados entre o imperialismo EUA/Israel e o regime teocrático do Irão? Será que ao criticarmos o Imperialismo militar e político e a globalização económica temos que cair nos braços de fundamentalismos medievais e do terrorismo? Recuso essa escolha. Há outro mundo, o que não faz títulos de jornais, outros islamismos, outros israelitas. E necessariamente outros projectos. E a propósito, meu caro António Melo, é tudo o que tem a dizer desta guerra?

Sunday, September 17, 2006



Vasco Pulido Valente é, provavelmente, o melhor cronista português. É também um homem de direita, arrogante do alto da sua sabedoria, como o Papa Bento XVI, a quem nunca vimos condenar a invasão da Palestina por Israel. Diz agora meia dúzia de frases infelizes sobre Maomé. E admiram-se ambos das repercussões que isso tomou!

Tuesday, September 12, 2006

Parafraseando José Gil

“O que é que o Ocidente tem a opor ao Oriente? Nada. Zero. Só armas, redes de espionagem … mas não é isso que vai parar o terrorismo. E isso é terrível”. José Gil, Jornal de Negócios citado em “Público” de 2006-09-12.

Deve falar-se de democracia como a forma mais perfeita de governo com mais humildade. Podendo não ser democráticos, outros tipo de sociedade podem ter coisas que a Europa e os Estados Unidos não têm, como, por exemplo, ênfase nos valores familiares e na solidariedade entre as pessoas.

Isto não tira o mérito, mas relativiza, os valores das democracias.

Afinal, não foi o Império Romano, Com a sua complexa estrutura social e jurídica, submerso por sociedades mais leves e mais primitivas, mas porventura mais ricas nestes valores não institucionais?

Saturday, September 09, 2006

O que é perigoso é parte da opinião pública europeia e americana ser favorável às políticas dos Estados Unidos junto de Israel e dos árabes.

O Conselho de Segurança da ONU pouco mais faz do que branquear as posições da Inglaterra e dos Estados Unidos

Excelente artigo de Domingos Lopes, vice-presidente do Conselho Português para a Paz e Cooperação, no Público de hoje. "Israel destrói e nós pagamos?” Claro, conciso, e até moderado. Pena que não tenha acesso à edição online para transcrever para aqui


Wednesday, September 06, 2006

Vários

A guerra de Israel contra o Hezzbolah foi uma dupla guerra por procuração, porque é um ensaio geral da guerra que os Estados Unidos gostariam de fazer contra o Irão.

São terrorismos do mesmo teor: o terrorismo de Estado dos senhores da guerra de Israel e o de Bin Laden.

Israel pratica um terrorismo oposto, de sinal contrário e muito mais eficaz do que o da Al Qaeda.


Notícia ao contrário: o Conselho de Segurança da ONU exige a Israel que cesse o enriquecimento do seu urânio e intima-o a destruir as suas 100 ogivas nucleares.



Sócrates tem governado bem? Claro! É, provavelmente, o melhor 1º Ministro desde o 25 de Abril e, provavelmente também, o único, de entre os dos últimos tempos, com possibilidades de ser reeleito.

Em vez de uma campanha de limpeza para Portugal, penso que se deve dar um aspecto mais positivo e mais pró-activo:
uma campanha de interesse pelas pessoas (que inclui limpeza e higiene pública)
de valorizações das pessoas portuguesas (que inclui valorização de sítios públicos)
e internacionais, campanha contra a violação de direitos humanos na Palestina, por exemplo.
Campanha contra a sinistralidade rodoviária, etc.
Contra os abusos, que proporcionem e criem também organismos de mediação e de eventual perdão.
de melhoria de relações humanas entre as pessoas. Por exemplo, um atendimento completamente diferente às pessoas abusadas.

Esta tomada de posição internacional é um dos indicadores da genuinidade das intenções nível nacional.

Não basta falar de perdão, é preciso falar de instituições para perdoar. O perdão só funciona depois da justiça ter sido aplicada.



 
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