Portugal sempre foi um país idiossincrático
No tempo de Salazar, os programas de ensino mostravam mapa manhoso que obrigavam os alunos a ler, onde se via que Portugal e as respectivas colónias tinham mais área geográfica do que a Europa.
Metiam dentro do mapa europeu Portugal e as antigas colónias onde se fazia escravatura e trabalhos forçados, mas que eram hipocritamente chamadas de Províncias Ultramarinas, e de facto elas não cabiam na superfície do velho continente: somos maiores do que a Europa. Querem megalomania maior?.
Nessa altura ia-se à pesca do bacalhau ainda de barco à vela (únicos no mundo) e depois este país fez uma guerra colonial de destino completamente previsível: a derrota. Também aí fomos únicos, sujeitos ao desprezo de todo o mundo.
Mesmo assim a mais duradoura ditadura da Europa não desistiu, e combateu até ao fim da sua vergonhosa existência.
Parecíamos a Sérvia a defender os valores ocidentais contra os bósnios, e que teve de ser travada pelos Estados Unidos de Clinton!
Temos uma legislação penal influenciada em grande parte por deputados corruptos e que favorece os corruptos e chamamos-lhe “a brandura dos nossos costumes”.
O conceito de Chico Esperto, da pessoa que se emprega ou sobe por cunhas, do cantineiro da tropa que rouba e que é aclamado como herói, ou do político que enriquece sem relação com o que ganha, ainda tem muitos adeptos em Portugal.
A salvação deste país implica repudiar este conceito de nação e de história, completamente falsificados, e criar uma raça de pessoas que salte fora da mesquinhez e da inveja nacionais, o que será bem difícil, mas urgente e necessário.