Wednesday, April 25, 2007


A verdade, constatou sem surpresa, a verdade é que tinha saudades de Ariana, habituara-se à sua doce companhia, cultivara o gosto de lhe cheirar o perfume e sentir a presença serena, aquela era uma mulher com a qual seria capaz de falar até perder a noção do tempo, até os minutos se fazerem horas, até as palavras se tornarem beijos.

José Rodrigues dos Santos. A Fórmula de Deus


Sunday, April 22, 2007



Vasco Pulido Valente, no Público de 21 de Abril, diz estas frases lapidares, que dizem muito a quem, como eu, andei nas guerras da democracia, antes do 25 de Abril:

“Em Portugal, a existência de uma ditadura impunha, na prática, a escolha de um único lado. Não se podia ser contra os comunistas pela razão primitiva e óbvia de que o regime perseguia e prendia os comunistas. Não houve ninguém, ou quase ninguém, com um resto de consciência moral, que, numa altura ou noutra, não caísse neste buraco: o buraco sem fundo do antifascismo. Sair dele era muito difícil e muitos só saíram muito depois do 25 de Abril.

Por mim, gastei esforçadamente uma dúzia de anos no trabalho inglório de varrer a tralha política e teórica da minha cabeça. É uma parte da minha vida que se estragou e que não volta. Sou um filho da Guerra Fria”.

Termina com um toque de grande pessimismo de quem, provavelmente, nunca esteve tão bem nem tão inteligente como agora. Pena que o Público não deixe transcrever o texto na totalidade. Transcrevo de outro blogue:

“A democracia portuguesa trouxe uma exagerada esperança de reforma e decência. Ao começo, mesmo a seguir ao PREC, nada parecia impedir que se fizesse um país, sem a miséria, a corrupção e a complacência do costume. Por isto e por aquilo, não se fez. Portugal conservou os seus velhos vícios, sem adquirir novas virtudes. Na minha última encarnação sou, prosaicamente, um filho da democracia falhada. Como escreveu o homem, a velhice é um naufrágio. Comigo, um naufrágio que às vezes não acho exclusivamente pessoal. Mas são com certeza momentos de megalomania. A verdade é que já não pertenço a esta história. O meu interesse é forçado, a minha presença é, pelo menos para mim, gratuita. Mas, por enquanto, não há remédio senão persistir”



Saturday, April 21, 2007

Holocaustos, tentativas, e genocídios, no mundo:

O genocídio dos povos africanos, para a escravatura na Europa e América (da responsabilidade sobretudo de europeus).
O genocídio dos índios da América do Norte e do Sul, por parte de europeus e americanos brancos
O genocídio dos aborígenes da Austrália, por parte de brancos australianos
O genocídio dos Judeus por Hitler e nazis
Aquilo que os judeus estão a fazer agora aos palestinianos, com a cumplicidade de governos dos Estados Unidos e da Europa

Quando o holocausto aparece obrigatoriamente em letra maiúscula aparece assim promovido a uma espécie de genocídio especial, maior do que todos os outros. Por isso não concordo com o holocausto com letra maiúscula. É esta velha tendência que ao judeus têm de ser o povo eleito, maior do que todos os outros, o povo da terra prometida, perante o qual todos os outros se devem desviar reverencialmente.

Tenho todo o respeito pelo Holocausto dos Judeus mas não foi o primeiro, nem o último. Aqueles que perpetraram este e os outros, e os seus descendentes, têm de se arrepender profundamente destes crimes. Só assim a humanidade evoluirá

Enquanto actos agressivos, como as cruzadas, forem glorificados, os povos que os perpetraram, como os europeus e os americanos, continuarão a ter uma mentalidade imperialista.

O holocausto, como outros genocídios, pode ter direito a letra grande. Mas isso não pode ser imposto. Ninguém me impôs que se escrevessem os outros genocídios com letra grande (como o genocídio à fome e ao roubo da população palestiniana ocupada). E a regra que serve para um tem de servir para todos. Por isso, embora possa escrevê-lo com maiúsculas, não considero isso obrigatório.


Tuesday, April 17, 2007



É preciso fundar um partido de tipo novo, com uma economia nova, baseada, por exemplo, na economia de Muhammad Yunus, com uma teoria de relações humanas nova, contactos entre os dirigentes e a população completamente novos também. Sem cortes, isto é, sem aquele circo que acompanha os políticos e os dirigentes para todo o lado. Com uma política nova, com mecanismos de controlo democrático e de relação entre governantes e população novos.
Um partido da gestão do presente, e não com ideias iluminadas sobre o futuro

Thursday, April 05, 2007


Chega a ser ridícula a maneira como o jornal Público cobre as notícias relacionadas com o Irão: Presidente do Irão forçado pelos “Pragmáticos a libertar britânicos”. Parece que José Manuel Fernandes também gostaria de uma boa guerra, que arrumasse por una tempos as populações daquele lado do planeta.
 
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