Friday, December 27, 2013

Poema de Natal à angústia, à tristeza e à solidão

                                                     "Bem alto foram os gritos e os braços erguidos,
bem amargas as lágrimas choradas.
E secas as lágrimas estalaram as raivas
nas florestas de braços aflitos.



... A Vida lá vai,
mais amada que ontem,
mais desejada que nunca!"

Manuel da Fonseca
(1911-1993) "Obra Poética"


Dedico este poema a António José Matias



Ainda é possível darem o melhor de vocês próprios
Convencer este país a entender-se
Conseguirmos o melhor de cada um
Conseguir-se que a economia melhore
Melhorar as relações humanas
Que este país meio africano e meio negreiro melhore, sem aceitar todos os defeitos dos outros Europeus
Existem movimentos de opinião por todo o lado, correntes,
ainda é possível contribuirmos para o combate à corrupção

Apenas basta continuardes a dar o melhor de cada um de vós
sem depressões, que só vos conduzem a baixar os braços
e só vos levam à morte antecipada
Sem os sentimentos de culpa que acompanham os justos
Sem ideias de suicídio.

Durante quanto tempo aguentareis sem depressões e sem ideias de morte?
Não sei
Sei no entanto que é o único caminho a percorrer
Sei que a maior virtude humana é o amor
e que o amor não custa dinheiro
Daí que possa ser criado em abundância
Até, mais uma vez, salvar o mundo,
e que as pessoas modificam os convívios e os prazeres da vida.
Abandonam os carros caros e as férias ricas
para ficarem só com o amor.

Sei que muitas pessoas e muitos povos
Já experimentaram o sabor amargo da derrota
Pensaram que tudo estava perdido, e que o mundo ia acabar
E no entanto não desistiram.

Sei que todos os povos já só ficaram sozinhos com o amor como único bem,
sem desistir.

Mas agora é necessário um amor mais forte ainda
Cheio de conhecimentos, de estratégias e defesas, de truques e de manhas
Mais corajoso e mais inventivo
Contra o sol que se apaga
E que vai matar primeiro
As manifestações frias da demência, da impessoalidade e da força bruta
Das máquinas vampirescas que nos enganam
Dos Estados corruptos que nos oprimem
Dos serviços de saúde que nos matam, por negligência e arrogância
Da imposição por todo o lado, sem dignidade nem escolha


Sei que amor é generativo
Inventa e ajuda a inventar coisas
E que vai salvar-nos


Domingos Neto
2013-12-25



 
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