Thursday, June 03, 2010

Exma Senhora Directora do jornal Publico

Lisboa, 3/6/2010

Custa a crer como comentadores e jornalistas que presumo democráticos como Jorge Almeida Fernandes e Helena Matos, têm ideias tão injustas sobre a actual agressão mortífera de Israel a militantes internacionais que iam entregar víveres e bens essenciais aos habitantes da Faixa de Gaza, aprisionados e sujeitos a necessidades tanto por israelitas como pelo governo do Egipto.

Não faz sentido nenhum chamar-se de fundamentalista e de terrorista ao governo democraticamente eleito do Hamas. Terá defeitos mas acredito que os Palestinianos têm adoptado, ao longo destes anos de martírio, uma consciência democrática evoluída e forte. Também não faz sentido confundir eventuais excessos de alguns grupos com o todo desta luta e com os seus dirigentes institucionais, sujeitos a assassinatos selectivos por Israel.

Reduzem tudo a uma luta de farsantes, a uma busca de imagens, agora bem sucedida para os apoiantes dos palestinianos.

Esta concepção cínica da história e da política esconde que o sionismo tem sido muito mais desumano e morto muito mais gente que o Apartheid, e que Israel se construiu e expande sobre a invasão de territórios antes ocupados por palestinianos e sua pertença legítima.

Esther Mucznik não me admira, porque funciona como uma defensora oficial do governo israelita e de todos os seus crimes.

A atitude de defesa das democracias ocidentais à politica israelita, com as suas presumíveis 300 ogivas nucleares, constitui um dos buracos mais negros destes regimes saídos da segunda guerra mundial.

Enquanto leitor do Público sou também um construtor desse jornal. Politicamente não sendo nem de esquerda nem de direita, antes defendendo sempre os direitos das populações oprimidas, julgo ser importante erguer cada vez mais a minha voz contra estes actos de violência e contra aqueles que os defendem e/ou branqueiam.

Venho por isto solicitar a publicação desta carta na secção Cartas ao Director.

No comments:

 
Assine meu Livro