Saturday, September 06, 2008


A Convenção Republicana

A Candidatura republicana finalmente esclareceu-se.

Diz Vasco Pulido Valente, no Público de sexta feira:

"A Convenção do Partido Republicano foi, politicamente, um espectáculo de horror. Primeiro, pelo nacionalismo. Durante horas o Congresso berrou “U-S-A!”, “U-S-A!”, com um fervor histérico, que não lembrava, e não anuncia, nada de bom. A América é o melhor país que se criou na Terra (o planeta) o mais forte, o mais rico, o mais livre. E é também o farol e a esperança da humanidade: a cidade perfeita no cimo da montanha.
... Um nacionalismo desta espécie, xenófobo e fanático, leva naturalmente ao militarismo. Entre alguma parlapatice sem consequência, a Convenção Republicana não passou de uma cerimónia militar.
... "E várias criaturas com responsabilidades (Giuliani, por exemplo, e a própria Palin) declararam a vitória [no Iraque] iminente - a vitória, reparem bem - sem qualquer restrição ou dúvida.
Com o nacionalismo e militarismo, veio naturalmente a apologia da agressividade e da dureza. McCain é o duro por excelência. ... E a América, segundo a Convenção, precisa de continuar na ofensiva. E não se tome isto por retórica de campanha. McCain já avisou a Rússia: “Nós somos todos georgianos”, para que ninguém julgasse que ele, Presidente, - abandonaria o Cáucaso. A Convenção Republicana - branca, velha e, apesar de Palin, masculina - é um bunker, com espírito de bunker. Se McCain ganhar, as coisas ficam fatalmente feias."

Esta Sarah Palin é o que existe de mais histérico, agressivo, perigoso e desconjuntado. É uma permanente fuga para a frente de chinelo, de agressividade, defesa das armas, defesa da caça, contra o planeamento familiar, anti-ecológica, grosseira e inculta. Em resumo, o que há de pior. É esta mulher que irá substituir McCain se alguma doença grave ou fatalidade lhe acontecer.

MaCain, que não viu muitas das suas ideias mais liberais passarem nesta Convenção, arrisca-se a ficar prisioneiro desta direita primária e arruaceira. Uma espécie de velho tonto, de ícone inofensivo nas mãos desta gente perigosa e fundamentalista.

2 comments:

andrade da silva said...

Caro Domingos
Em primeiro lugar quero saudar o link com blog liberdade e cidadania.

É interessante neste post fala das dificuldades de MacCain, ao lado, naquele blog, ainda hoje ou amanhã, vou falar das dificuldades de Obama.

Claro que apesar da superficialidade das propostas de Obama, se fosse o mundo, e sobretudo os europeus a votarem ele seria o Presidnete do Mundo, porém quem vai votar são os americanos, pelo que tudo é muito mais complicado.
andrade da silva

Jerónimo Sardinha said...

Caro Domingos Neto,
Faço meus os votos de Andrade da Silva.
Que os dois blog's possam emparceirar e complementar-se, no cumprimento do dever de informar e acordar para uma cidadania e um exercício democrático são, sério e abrangente.

O problema americano, que realmente é de todo o mundo civilizado, está longe de ser pacífico.
Se a Senhora por acaso vier a ganhar as eleições e nos USA tudo é possível, estaremos todos a caminho de um futuro imprevísivel, inseguro e muito, muito agitado.
Se um dos Senhores for o vencedor, as incertezas não são menores. Um, não tem linha de rumo nem estratégia. O outro, convencido que está de ser um herói permanente, não se desviará muito dos actuais ideais, crendo até, que os irá agudizar em alguns pontos.

A Europa, sem rumo nem ideal, conduzida por oportunistas, cuja finalidade única são as suas carreiras e a sua vaidade, vai de mal a pior. O reflexo poderá ser desastroso, como já se mostrou nos últimos anos e nas decisões tomadas.

Parece inevitável que os povos caminham para uma nova ordem mundial, em que o capital selvagem, distribuindo migalhas a uns poucos, escravizará, docemente, todos os restantes.

O futuro está, pois, carregado de núvens negras. E a paz, tão dificilmente conseguida, não passa de miragem, tendo por fundo guerras iníquas, universalmente disseminadas.

Aguardemos a "fada" do futuro e estejamos alerta para os sobressaltos que por aí vêm.

Grande abraço,
Jerónimo Sardinha.

 
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