
É verdade que uma relação estável tem mais significado do que uma relação sexual casual (com preservativo). Mas não se opõem necessariamente uma à outra, nem uma exclui a outra.
O ser humano que o papa idealiza não é o homem de verdade. E muitas igrejas dedicam-se a criar objectivos inatingíveis para viverem depois à custa do permanente sentimento de culpa dos seus fiéis, nomeadamente no caso do preservativo.
Muitos sistemas morais são excessivamente rígidos (não é que os seus fundadores se importem com isso), excessivamente ambiciosos, impossíveis de atingir e, por causa disso vivem à base do sentimento de culpa dos ingénuos que acreditam neles, à custa de aldrabices e de pecados. Que seria de muitas religiões sem os pecados?
A igreja católica adora os sentimentos de culpa. Desde que as pessoas se vão confessar e manifestem arrependimento estão sempre perdoadas. Adora os sentimentos de culpa porque isso, de alguma maneira, perpetua o seu poder sobre as pessoas. Foi por causa disso que consentiu no seu seio, durante séculos, o crime inominável da pedofilia.
Para alguns padres o celibato e a ausência de relações sexuais estáveis é um sacrifício mas para outros não.
Não tenho nada contra a homossexualidade. Tenho contra a hipocrisia.
O fim do celibato dos padres e a exposição das suas preferências sexuais permitiria resolver muitos destes equívocos. Aqueles que são heterossexuais procurariam casar. Aqueles que são homossexuais procurariam um parceiro, ou vários, conforme entendessem, e aqueles que preferissem continuar em castidade, continuariam.
Seria de esperar que, também aqui, a igreja católica e o papa baixassem as exigências, passassem a tolerar o preservativo, o casamento dos padres e a prática sexual de cada um, adequada à sua maneira de ser, desde que isso não interferisse com direitos de terceiros.