Há dias Medina Carreira falava da necessidade de se fazer
uma reforma estrutural do estado Social em Portugal (reformas, baixas,
subsídios de desemprego (rendimento mínimo), em vez dos cortes indiscriminados
e das medidas avulsas que agora se fazem.
A seguir falou da necessidade de um novo Duarte Pacheco
em Portugal, e do seu exemplo como um grande estadista português, e da obra que
ele deixou.
Medina Carreira também foi um grande estadista português,
e ainda hoje um dos menos compreendidos e mais caluniados. De Profeta da
desgraça para cima, chamaram-lhe tudo, verificando-se afinal que teve razão em
tudo o que dizia.
Os portugueses têm um medo enorme de estadistas, só os
aceitando contrariados e em último caso. Duarte Pacheco aparece associado ao
Fascismo de Salazar, o Marquês de Pombal aparece como uma figura tirânica. País
amante da igualdade, e contra a iniciativa em território português, a obra
máxima desta República foram o Centro Cultural de Belém e os estádios de
futebol de António Guterres, imprestáveis e feitos com dinheiro emprestado e do estrangeiro.
E no entanto precisamos mais do que nunca de estadistas,
agora associados à democracia, provavelmente a outra democracia melhor do que
esta, feita de partidos opacos e de sociedades secretas. De estadistas que em
vez de desgraças nos falem de grandes desígnios nacionais, adaptados à
conjuntura de crise em que vivemos, pagando as nossas contas, para sair dela, e
sem serem neo-keinesianos.
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