Sunday, May 27, 2012

Ecologia da que interessa


Ambiente: Operação para detetar iscos envenenados junto ao Tejo Internacional regista 11 animais mortos - Quercus

Diario Digital Castelo Branco | 2012-05-26 08:58:00
Ambiente: Operação para detetar iscos envenenados junto ao Tejo Internacional regista 11 animais mortos - Quercus
Oito raposas e três cães mortos é o balanço de uma semana de procura de iscos envenenados na zona do Tejo Internacional, dos quais 80% são colocados por criadores de gado ou caçadores, segundo a Quercus.
Samuel Infante, do núcleo regional de Castelo Branco da Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus), explicou que este foi um trabalho de campo de uma equipa espanhola com cães treinados para a busca de iscos envenenados.
A operação inclui-se num projeto-piloto da Comissão Europeia, a decorrer em Espanha, Portugal e Grécia e que durará até 2015.
Em declarações à agência Lusa, o ativista indicou que os cães treinados atuam apenas em Espanha, onde há várias equipas no terreno.
Depois de identificadas as áreas mais críticas de iscos envenenados em 2007, Samuel Infante espera que as primeiras equipas portuguesas com militares da GNR e cães sejam criadas no Alto Minho e na faixa interior do país, como a Beira e Alentejo.
“Este é o segundo ano que a GNR acompanhou os trabalhos e mostraram muito interesse e fizeram uma avaliação favorável. Esperamos que sejam criadas equipas ainda antes do final do projeto, que é em 2015”, disse.
As estatísticas da Quercus, segundo o ativista, mostram que 80% dos iscos envenenados são colocados por caçadores ou criadores de gado para matar raposas e lobos.
No entanto, os danos desta estratégia estendem-se aos próprios cães dos caçadores, águias, abutres, milhafres e até pessoas.
Os iscos são habitualmente colocados em pedaços de carne, explicou Samuel Infante.
O seu uso generalizou-se com a “alteração da realidade sociológica”: deixaram de existir pastores, cães de guarda e a criação de gado não é a tempo inteiro. “Às vezes as pessoas colocam o gado numa zona vedada e só ao final da semana ali se deslocam”, relatou.
A Quercus tem apostado na divulgação de boas práticas, como voltar a recorrer a cães de guarda e recolher o gado à noite.
“Sabemos que não é guerra que vai acabar, mas estamos a tentar acabar com a impunidade, porque é fácil ir a uma drogaria comprar veneno e colocar em dois ou três pedaços de carne ou lançar para o quintal do vizinho”, disse.
O ambientalista indicou que as pessoas têm de perceber que “podem ter problemas legais”.
O núcleo regional da Quercus dispõe na linha telefónica 800500605 para receber denúncias e dar informações sobre os iscos envenenados, que por ano devem matar “largas centenas de animais”.

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