Ao apadrinhar a reedição do espírito do Bloco Central, uma solução estafada, o Presidente da República tenta, desesperadamente, salvar a sua passagem por Belém. Mas é tarde demais. Os dois últimos mandatos presidenciais estão associados à instabilidade política e ao caos nas finanças públicas, que fazem recordar os tempos dos empréstimos do Fundo Monetário Internacional, a venda das reservas de ouro e as negociatas das privatizações.
O balanço negro não fica por aqui. Hoje, ninguém duvida que o regime está em causa. A falta de líderes capazes de resistirem aos lobbies , a incapacidade de renovação dos partidos políticos e a turbulência associada ao regime semi-presidencialista vão provocar, a breve prazo, uma crise político-institucional.
O mais grave é que o impasse está aí, à vista de todos. De facto, e muito por força do actual regime de financiamento partidário, mais uma vez, o futuro deverá passar pelas duas principais forças políticas, que atingiram o expoente do desgaste e da descredibilização.
Rui Costa Pinto; em Visão on Line, citado no Público de 2005-01-04. Oxalá ele se engane
Wednesday, January 05, 2005
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