Saturday, December 25, 2010

Feliz Natal Julian Assange

Julian Assange e o Wikileaks têm cuidado em não conhecer pessoalmente as fontes que lhe enviam notícias.

Tiveram também o cuidado de escrutinar os assuntos denunciados de forma a que:

Ninguém diretamente envolvido neles possa ser denunciado de modo a correr riscos.

Nada transpareça sobre assuntos pessoais ou confidenciais pouco ou nada relevantes para a denúncia em causa.

Tiveram o cuidado de confiar nos melhores jornais do mundo para os ajudar a divulgar mensagens de interesse político relevante.

Jornalismo cavernícola

No entanto nada disto serve para a sanha perseguidora do Departamento de Estado Norte Americano nem para os seus apaniguados em todo o mundo, muitos deles simples jornalistas pertencentes a uma nova ordem de falsários com ideias formalmente da antiga esquerda mas com o maior dos protecionismos face aos abusos presentes:

Julian Assange passou assim de figura desprezada, misto de hacker e de vagabundo, para a de inimigo público nº1 da Virtude Americana, a merecer o desprezo geral e ser assassinado. Fizeram-lhe tudo o que podiam, desde devassas e ataques no seu site, até recusas de serviço por parte da Amazon, Paypal, Bancos etc., completamente ilegais e injustificadas.

Miguel Gaspar, comentador do Público de 2010-12-21, acusa-o de ele não poder passar sem os jornalistas para divulgação das novidades do seu site, como se ele alguma vez tivesse querido isso.

A segunda acusação é pior: afirma que ele vai ser vítima da própria espionagem que criou, que o seu suposto affaire com as duas suecas vai ser escrutinado cruel e publicamente, reduzindo-o à miséria ética e relacional, algo como teriam feito com Bill Clinton, para grande evolução educativa dos biliões de pessoas que leem jornais ou veem televisão.

Ora acontece que, como disse atrás, a Wikileaks sempre se usou a maior discreção face aos assuntos privados das pessoas que denuncia. Será que Miguel Gaspar não viu isto? Ou não lhe convém ver?

Um último argumento, à beira do desespero, é o de que a Wikileaks não poupa as democracias, porque mais transparentes, face às ditaduras.

Talvez o Wikileaks esteja a fazer uma última advertência às democracias, com cujo regime obviamente concordo, mas que, certamente não por acaso correspondem às nações dominadoras imperialistas dos últimos 500 anos.

Não ser trata de encriptarem melhor os seus telegramas mas de serem mais respeitadoras dos direitos humanos e de cuidarem melhor de si mesmas em vez de enveredarem por aventuras agressivas, desprestigiantes e sem sentido

Elas que se cuidem senão irão ser submersas por regimes mais primitivos e muito mais atrasados do que elas: precisamente aqueles que agora nos compram dívida pública!

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