Saturday, October 10, 2009

Dedicado a Amin Malouf



Desde o tempo das cruzadas que os europeus procuram interferir e meter o nariz onde não são chamados; isto é, actualmente em África e junto dos países muçulmanos.

Se em África tem sido fácil fazer essa ocupação, já o mesmo não tem sido possível nas nações muçulmanas, onde os invasores ocidentais se chocam com uma civilização e costumes próprios.

Depois das cruzadas os estados europeus ocuparam Ceuta (Portugal e Espanha), Marrocos, Argélia, Líbia, Egipto e tantos outros países, numa política de conquista e de protectorados.

Sempre procuraram arranjar aliados religiosos (cristãos do oriente, arménios), para esta ocupação.

Se o não conseguiram directamente, apoiaram regimes corruptos, autocráticos, e corromperam regimes nestes países (o Xá da Pérsia, o Paquistão, a Arábia, os Emiratos).

Toda esta sede de poder apenas se acentuou com a descoberta das imensas jazidas de petróleo e de gás natural da região.

Eleições foram viciadas e desrespeitadas na Argélia e na Faixa de Gaza), para sustentar um autocrata como Bouteflika ou uma marionete como Mahmoud Abbas.

Foi sustentado e criado um Estado (o de Israel), que nasceu do roubo, extorsão e invasão de terrenos vizinhos, através da ajuda maciça dos Estados Unidos e de regimes europeus, para fazer o trabalho sujo a nível local.

Este país tem, provavelmente armas nucleares, com o silêncio dos regimes americano, da união europeia e da ONU.

É verdade que os países da região raramente ou nunca são plenamente democráticos: Israel é um Estado sionista que pratica uma política muito pior do que o antigo Apartheid sul-africano; raramente os Estados são laicos; o Irão e outros têm milícias; muitos oprimem as mulheres, mas a luta contra estes atrasos políticos e culturais não se realiza através de invasões e de favorecimento de uns contra outros.

É verdade que a Al Qaeda é uma organização terrorista que merece ser combatida e aniquilada, mas não teria nenhuma audiência entre os árabes nem base de apoio se não fosse a política imperialista de Americanos, europeus e Israelitas.

Actualmente os americanos e países da Nato dominam o Médio Oriente
Através dos serviços secretos e de líderes comprados (praticamente em todos os países, provavelmente mais no Paquistão).
Domínio directo no Iraque e no Afeganistão.
Através dos Israelitas no Médio Oriente.

Mas a desordem é gritante. Por exemplo já falam abertamente em negociar com os Taliban.

Outro aspecto desta guerra é que as opiniões públicas dos países ocidentais já não toleram mais mortes e por causa disso os americanos e europeus envolvidos se vêem forçados a matanças à distância, indiscriminadas, a que chamaram danos colaterais, que os fazem ser odiados pelas populações locais.
Uma política correcta para a região implicaria
Deixar de apoiar económica e militarmente Israel enquanto este país não cessasse a sua política imperialista e genocida.
Deixar de intervir através dos serviços secretos mas ajudar apenas de forma justa e pública através de governos legítimos e democráticos desses países.

Pedir desculpa pelas cruzadas, pela arrogância política e cultural que dura há um milénio, e pela política imperialista actual.

Por exemplo, o governo francês não tem nada que exigir desculpas pelo genocídio arménio enquanto não pedir ele próprio desculpa pela sua participação nas cruzadas.

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