Friday, December 10, 2004

Esther MuczniK, no Público, citando Pacheco Pereira, defende 5 elementos como factores comuns e elementos constitutivos da identidade europeia:
O cristianismo
O primado da lei
A separação da igreja do estado
Os direitos humanos
A democracia representativa
O primado do indivíduo

Estou de acordo com todos eles como constitutivos, embora com muita redundância entre eles, excepto com o primeiro.

Para já não sei se Pacheco Pereira formula deste modo esta tese nem como a formula, mas parece-me que o cristianismo não faz parte da identidade europeia, embora tenha significado um avanço fundamental em relação às religiões contemporâneas e anteriores

Para já todo o movimento de defesa dos direitos do homem (dos seres humanos), de emancipação das sociedade civil e de separação da igreja do Estado apresenta um carácter laico, contra os abusos do próprio cristianismo que se tinha, entretanto, ele próprio tornado uma religião reaccionária e que, apesar das promessas de bondade de Jesus Cristo nunca tinha conseguido franquear esse passo decisivo de transformar os direitos humanos precisamente naquilo que eles são: direitos, e não mercês outorgadas por uma qualquer divindade ou pelos seus representantes na terra.

Além disso o islamismo e o judaísmo fazem parte da identidade europeia, tanto com o cristianismo, o humanismo moderno e mesmo movimentos espirituais mais modernos e abrangentes, como a espiritualidade de tipo 12 passos, em que a escolha de uma religião e de uma concepção concreta de poder superior pertence ao foro íntimo de cada pessoa, e não aparece proclamada em documentos oficiais nem em constituições.

Também teremos que ter os nossos mártires para defender esta posição? Espero bem que não seja necessário!

Um governo de assassinos e de pessoas comprometidas com assassinos, é a única coisa que se pode chamar ao novo governo de bloco central de Israel. Um governo comprometido no assassinato de milhares de palestinianos. Custa a crer como é que partidos ditos socialistas participaram nessas acções criminosas, ou as branqueiam e defendem. Um assassínio de Estado é na mesma um assassínio.
Uma tarefa mais nobre para os socialistas do que meter ou não o socialismo na gaveta é ter uma atitude não imperialista com os palestinianos.

Em política sou pragmático. Não sei qual o melhor tipo de sociedade para amanhã. Prefiro que as de hoje funcionem bem e defendam os direitos humanos!



1 comment:

Anonymous said...

Realmente será que é tão importante a religião A ou B, ao longo do tempo, todos nós nos chocamos com o tem sido feito em nome da religião. Também temos os movimentos que se opõem cada vez que há algum encontro ecuménico, ou sempre que é incentivado o diálogo inter-religioso. Isto é religião, ou estupidez?
Será que é importante qual o Deus de cada um? Ou a forma de o idolatrar? Ou é importante o respeito pela humanidade?
Infelizmente hoje os países que ainda continuam a violar os direitos humanos têm as mais diversas religiões, por isso a questão não é religiosa. Nós tivemos influência das mais diversas religiões, felizmente.
Dos 6 elementos apontados, fora o cristianismo, creio que todos os outros devem ser todos e em simultâneo respeitados, mas creio que deve haver uma hierarquia, ou seja,
1º Os direitoshumanos
2º A separação da religião e do Estado
3º A democracia representativa
4º O primado da lei
5º O primado do indivíduo

Não nos podemos esquecer que a sociedade de amanhã se constroi hoje e que mesmo que não saibamos muito bem o que queremos, pelo menos devemos saber o que não queremos e lutar por isso.

 
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