Thursday, June 28, 2007


Parece-me que a estratégia do mundo ocidental para lidar com o Islão tem sido incompleta, perigosa e errada, com consequências à vista. Está a perder os poucos aliados que tinha no terreno, títeres fracos e sem qualquer apoio popular, como Musharraf, Mahmoud Abbas, para não falar do presidente do Iraque. Bem os ajuda com todo o seu potencial financeiro, militar e dos serviços secretos, mas de nada serve, como se tem visto no Líbano e na Faixa de Gaza.
Em contrapartida o Islão mais entrosado nas populações avança, e é completamente errado considerá-lo como uma força radical: o movimento xiita no Irão e Iraque, líderes como Moqtada al Sadr, Mohamed Ahmadinejad, Hassan Nasrallah, Ismail Haniyeh, têm uma verdadeira implantação popular, e no dia em que eles caírem outros da mesma linha os substituirão rapidamente.
Parece-me que, enquanto o terrorismo sunita é realmente perigoso e irrecuperável, devia considerar-se a verdadeira implantação popular dos Xiitas, deixar de lhes chamar radicais ou terroristas, e negociar com eles.
A falta desta negociação atira os islamistas chamados moderados e colaboradores com o ocidente para o abismo, e favorece todos os radicalismos. Se se persistir no erro de não permitir a entrada da Turquia na União Europeia esta transformar-se-á cada vez mais num clube fechado, privado, incapaz de aumentar e de se reproduzir, e sem capacidade política própria.
Pelo contrário, se os islamistas se sujeitassem aos líderes europeus e norte americanos, aconteceria aos seus países o mesmo que à África, o continente mais pobre do mundo, minado pela corrupção e sem qualquer voz política própria.

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